Ser CALAMBAUENSE, é ter berço diferente! É recordar o passado, acreditar no futuro e viver o presente.


Contos e causos de Presidente Bernardes

Este espaço foi criado para descobrirmos "tesouros da Literatura" de Presidente Bernardes, pessoas que têm o dom de encantar as outras com suas palavras; palavras na qual embaralhadas umas nas outras tranformam - se em singelas frases, que muitas vezes tocam não só nosso coração mas também nossa mente e que nos faz refletir as maravilhas guardadas nessa cidade maravilhosa.

Aqui você pode escrever, inventar e postar poesias, crônicas, memórias antigas que estão guardadas em sua mente loucas para serem do conhecimento de todos, aqui o espaço é seu...

 

"...Quando alguém encontrar seu caminho, não pode ter medo. Precisa ter coragem suficiente para dar passos errados.

As decepções, as derrotas, o desânimo são as ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada".
                                                                                                                                          


Contos, causos, poesias, pensamentos...

Data: 13/12/2012

De: Rosinha da Itapeva

Assunto: Re:Wet N Wild Way

Vc está coberta de razão. Conte conosco!

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Data: 07/12/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: O CONTADOR DE ESTÓRIAS

O CONTADOR DE ESTÓRIAS


Adeícula de Freitas era o nome completo do popular Deíco. Morava próximo à Praça União, em Calambau.
Tocador de baixo na banda Santo Antônio, por sinal, muito bom. Exímio pescador, sempre passava com lindas piabas vermelhas pelas ruas da cidade. Tinha a fama de comer qualquer peixe separando os espinhos na boca.
Excelente pedreiro mas, para a criançada, o seu melhor atributo era contar estórias.
Quando trabalhava na fazenda do meu pai, Zé Carneiro, o Deíco fazia a alegria da meninada. “ O Deíco virá, na próxima semana, fazer uma reforma na fazenda que deverá demorar uns quinze dias”. Era a notícia que passava de boca em boca.
Geralmente, lá pelas seis horas da tarde, começava a seção de estórias. Como era mês de junho, acendia-se, no terreiro, um fogo com palha de feijão e gravetos. Todos aglomeravam-se em volta do fogo e Deíco, primeiro, aquecia as mãos. Depois, solenemente, perguntava-nos qual a estória que queríamos ouvir, depois de citar vários títulos.
Escolhida a estória, todos , em silêncio, aguardavam o seu início.
“ Era uma vez, um homem que não tinha medo...” ( Deíco ia descrevendo a coragem do homem) “... até que um dia ele foi dormir em uma casa mal assombrada.” Aí, a meninada quase perdia o fôlego, de medo. “... em um certo momento, uma voz no teto da casa dizia: olha que eu caio... pode cair, respondia o corajoso. Aí caía uma perna...” A meninada quase pedia para o Deíco parar com a estória. O meu pai Zé Carneiro, que também estava assentado próximo ao fogo disse: - tem gente aí que essa noite não vai dormir sozinho! (pelo jeito estava referindo-se a mim...). Continuando a estória, o homem desafiou a assombração que acabou deixando cair o corpo inteiro.
No final da estória, a assombração era uma alma penada que queria orações. Os filhos do Zé Carneiro e da Dona Cici, naquela noite, dormiram no quarto dos seus pais. Na manhã seguinte, a Dona Cici pediu ao seu compadre Deíco que não contasse estórias de assombração para os meninos.
Nas tardes seguintes, as estórias eram do tipo Joãozinho e Mariquinha, com os diálogos: - Água, meus netos ! - Azeite, minha avó! respondiam os netos, jogando azeite na avó para aumentar o fogo. Tudo isso porque ela era muito má...(puro terror!)
Varinha de condão, Toalha encantada, João Bobo, Mil e uma noites, Zabelinha e várias outras estórias formavam o repertório do Deíco.
Quando a reforma da fazenda estava por terminar, os meninos da fazenda e alguns vizinhos já começavam a ficar tristes, pois não sabiam quando o Deico voltaria.
Tempo bom, em que a figura do "Contador de Estórias" fazia a alegria da garotada.

Murilo Vidigal Carneiro.
Calambau, outubro/2012.

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Data: 10/12/2012

De: Marcos/ EMATER-MG

Assunto: Re:O CONTADOR DE ESTÓRIAS

Sr. Murilo, parabéns pelos contos e estórias! muito bacana reviver as coisas boas da infância da gente. São coisas que não tem preço e quase todos os jóvens de hoje nunca ouviram falar pois, trata de uma riqueza da nossa literatura dos nossos ancestrais que nos deixaram este presente.
Um forte abraço!!!
Att.
Marcos

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Data: 13/12/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: Re:Re:O CONTADOR DE ESTÓRIAS

Oi Marcos, obrigado pelas suas colocações. Na medida do possível procuro reviver as coisas boas do passado, principalmente as passadas no meio rural. Como não sou escritor "vou levando"
os meus textos com simplicidade, mas procurando mostrar o que realmente vivi ou ouvi de meus antepassados.O meu abraço. Murilo.

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Data: 04/12/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: Lamparinas

LAMPARINAS....



Certa vez conversando com um amigo, em Senhora de Oliveira, ele me contou o ocorrido entre dois comerciantes locais.

Os dois comerciantes eram vizinhos, porém por motivos comerciais e políticos, mais políticos, eles não combinavam.

Um dia passou por lá um viajante vendendo, em promoção, lamparinas a um preço muito baixo. O Sr. Desidério, um dos comerciantes, foi o primeiro a ser visitado. Depois de um certo tempo de conversa, negociando, o Desidério fez uma proposta ao vendedor: ficaria com todas as lamparinas desde que ele não voltasse à cidade durante um determinado tempo, até que ele pudesse vendê-las. O negócio foi fechado.

Não demorou nem um mês e chega a notícia de que Senhora de Oliveira receberia a luz da Cemig. O Sr. Desidério logo pensou: - e as minhas lamparinas, o que fazer com elas? Ficou pensando muito tempo sobre o assunto, até que chegou a uma solução.

Na manhã seguinte, tão logo abriu a venda, chamou três meninos que passavam em direção ao Grupo Escolar e explicou para eles a sua idéia: deveriam passar na venda do Sr.Ericson, o seu vizinho, e perguntar se ele tinha lamparina para vender. Em troca, o Sr.Desidério prometeu aos meninos balas durante uma semana. Pediu-lhes, também, que não comentassem com ninguém o que combinaram.

Assim foi feito. Todos os dias os meninos passavam na venda do Ericson e perguntavam pelas lamparinas. Com o passar do tempo, o número de meninos que faziam a mesma pergunta aumentou.

O Sr. Ericson tentou, na região, encontrar alguém que fizesse lamparinas, mas não encontrou. O negócio seria comprá-las do concorrente... mas de que forma, se eles não combinavam?

Um compadre do Ericson, que morava na zona rural pelas bandas de Braz Pires e possuía uma vendinha, foi o encarregado de comprar todas as lamparinas do Desidério e repassá-las ao Ericson. Tudo funcionou perfeitamente.

Na manhã seguinte á transação, às sete horas, o Desidério abria a sua venda com um largo sorriso, não estando nem aí para o Ericson que, trepado em uma escada, alegre, pendurava as lamparinas em um arame esticado em frente à sua venda...



Murilo Vidigal Carneiro

Novembro de 2012

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Data: 06/11/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: ACOMPANHANDO A TROPA

ACOMPANHANDO A TROPA



No ano de 1.950 eu estava com nove anos. Logo que entrei de férias escolares, recebi de meu pai uma notícia que muito me alegrou: eu passaria uns dias na fazenda Seringa dos meus avós José Maria e Sinhá. O que realmente despertava o meu interesse não era o destino, mas a viagem até a fazenda: eu teria que acompanhar a tropa do meu avô .O trajeto era o seguinte: a tropa saía da fazenda Seringa para levar mantimentos para Piranga. A distância da fazenda até Piranga era de quarenta quilômetros, mais ou menos. Como a nossa fazenda ficava a quatorze quilômetros de Piranga, era lá que os tropeiros arranchavam, pernoitavam e, no dia seguinte, seguiam para Piranga. Na volta, seguiam o mesmo trajeto.
Desde que recebi a notícia do meu pai Zé Carneiro, fiquei na expectativa da chegada da tropa, pois iria realizar o sonho de ser tropeiro por um dia. A égua branca já estava de prontidão. O arreamento era o melhor que tínhamos.
Numa bela tarde ouvimos, ao longe, o tilintar dos cincerros da mula madrinha. A tropa estava chegando. Minhas irmãs e eu corremos para a porteira de entrada da fazenda para vermos a chegada da tropa. Assim que chegaram, os tropeiros foram cumprimentar o nosso pai que estava à porta da casa. Fiquei sabendo o nome deles: o Geraldino Lucas e o Divino Custódio. A tropa era composta de dez burros e duas mulas, sendo que uma delas, a Ruana, era a madrinha. A outra mula era a Cardana, que servia de montaria para o Geraldino. O Divino acompanhava a tropa a pé. Eles transportavam cachaça e rapadura para Piranga, onde entregariam a carga no Armazém Quintão, do Cícero Quintão, casado com a tia Rosarinha, filha do nosso avô Zé Maria, o dono da tropa.
Logo que chegaram ao terreiro da nossa fazenda, os animais ficaram um ao lado do outro para que a carga fosse descarregada. Os tropeiros retiraram a carga, colocaram a mesma em um cômodo próximo ao terreiro. As cangalhas também foram retiradas e colocadas na coberta do engenho. Depois de terem lavado os lombos dos burros, deram para eles um pouco de milho e os soltaram no pasto. Antes de começarem a pastar, os burros espojavam-se na terra, isto é, deitavam de costas e viravam de um lado para o outro. Como já era tarde, os tropeiros começaram a preparar o jantar. Embora o meu pai insistisse com eles para que jantassem em nossa casa, eles preferiram fazer o seu jantar. A única coisa que aceitaram foi o feijão já cozido e uns goles da branquinha, da fábrica do meu pai. Durante o preparo do jantar, o meu pai ficou conversando com eles sobre a vida dos tropeiros, pois já tinha, algumas vezes, acompanhado a tropa da fazenda Seringa, do meu avô José Maria Carneiro. Eu ficava prestando atenção nas conversas, mas o meu pensamento não saía da viagem que eu faria com eles. De manhã, depois de tomarem o café (desta vez a minha mãe Cici fez questão que eles tomassem o nosso café, na cozinha, servido com broa de fubá, requeijão e biscoito de polvilho. Tudo feito na fazenda.), os tropeiros foram buscar os burros no pasto para serem arreados e seguirem com a mercadoria para Piranga.
Após a entrega em Piranga, a tropa retornou à fazenda Baía onde iria novamente pernoitar, para o seu retorno à fazenda Seringa.
Na manhã seguinte, acordei cedo pois iria tornar-me um tropeiro por um dia. A minha mãe arrumou a minha trouxinha de roupas, o meu pai arreou a égua branca e após os tropeiros tomarem as providências necessárias, estávamos prontos para a partida. Antes da despedida, o meu pai pediu-me que passasse no bar do Totone e do Miguel e comprasse um pacote de cigarros "Continental", para dar de presente para o meu avô, que nessa época ainda fumava. A minha mãe me dava a última recomendação: -cuidado com o rio! não vá nadar . Ela referia-se ao rio Piranga, pois ele banhava a fazenda Seringa após receber as águas do rio Xopotó.
Despedimo-nos e pé na estrada. A minha égua ficava sempre ao lado da mula do Geraldino. Íamos conversando. Como eu conhecia todo o trecho até Calambau, ia mostrando-lhe as casas à beira do caminho e o nome dos moradores e dos locais. O Divino ia a pé e, quando a mula madrinha diminuía o passo, ele que estava próximo ao último burro, atirava um tolete (pedaço de pau) que acertava a cangalha da mula, e esta retomava o ritmo normal.
Avistando Calambau, paramos no morro dos Bastos, onde próximo ao boteco do Raimundo Caboré havia uma excelente mina de água, onde iríamos matar a sede. Aproveitei que o boteco estava aberto e comprei um cuité de amendoim torrado, para ir comendo na viagem. Chegamos a Calambau e, desde a entrada, já me sentia importante por ser tropeiro e torcia para que algum meu colega de escola me visse, pois iria morrer de inveja...
Em Calambau, os burros ficaram amarrados em árvores na entrada da cidade, na rua do Beco, hoje São Vicente.
Enquanto os tropeiros faziam alguma compra, montado na minha égua rumei para a casa da minha Vó Augusta, onde tomei mais um reforçado café servido pela sua auxiliar Marciana. Contei a elas que estava indo para a fazenda Seringa com os tropeiros de meu avô Zé Maria. De lá fui até o bar do ponto (do Totoni e Miguel Braz) comprar o "presente" para o meu avô, conforme pedido do meu pai.
Em seguida, juntei-me aos tropeiros e seguimos a viagem. Daí em diante, o cicerone foi o Geraldino pois eu não conhecia nada. Quando estávamos no alto do morro do Caquim (saída para Senador Firmino) fiquei admirando a vista de Calambau e do Rio Piranga. Depois de uns quatro quilômetros, o Geraldino me avisou que iríamos abandonar a estrada de Senador e entrar à esquerda, na estrada de Paula Cândido. Disse-me também que estávamos próximos à fazenda do Sô Guilé.
A próxima fazenda do nosso roteiro era a "Catas Altas", do Zé Brazinho. A estrada passava quase dentro de seu terreiro. Gostei de ver a grande roda de madeira que movia o engenho de cana, acionada à água.
Prosseguindo a viagem, o Geraldino disse-me que após a ponte sobre o rio Xopotó, iríamos parar à sombra de um bambuzal para comermos um feijão tropeiro. Esta conversa me fez " roncar a barriga", pois já estava com fome.
Antes de chegarmos à ponte tínhamos que passar próximo à fazenda do Juca Braz. Quando estávamos próximos à fazenda, o Geraldino observou que um dos burros estava mancando. Era o Penacho, um dos melhores da tropa. O negócio era pararmos na fazenda do Sô Juca para que fosse examinado o casco do burro.
Rumamos para essa fazenda. Lá estava, na varanda, o Sô Juca Braz, um dos maiores fazendeiros de Calambau. Depois das saudações, o Geraldino explicou ao Sô Juca o motivo de nossa parada e, então, ele perguntou-nos se já tínhamos almoçado. O Geraldino respondeu-lhe que não, e disse-lhe para não se preocupar porque já estávamos próximo do local onde iríamos almoçar.
- De jeito nenhum! respondeu o Sô Juca. Onde já se viu tropeiros de meu compadre Zé Maria passar em minha casa na hora do almoço e não almoçar. Ainda mais com o neto, filho do compadre Zé Carneiro e da comadre Cici.
Aí não houve mais discussão, a tropa foi colocada em uma sombra no terreiro. Antes de irmos para a cozinha almoçar, o Divino aproximou-se do Penacho, levantou a sua pata e pode ver o que estava fazendo com que ele mancasse. Era uma pequena pedra que estava alojada entre a ferradura e o casco. Com o auxílio de uma faca, ele retirou a pedra e o problema foi resolvido.
Fomos para a cozinha e lá estavam a Dona Ida e sua auxiliar Inácia já destampando as panelas para que nos servíssemos da deliciosa comida: o arroz socado no pilão, o feijão, a couve picada, o angu, o chouriço, o torresmo e o ovo caipira frito. Depois do almoço, nos foi servido um "pé de moleque". Ainda teve o cafezinho de rapadura servido na chaleira fumegante.
Despedimo-nos e agradecemos ao Sô Juca Braz e à Dona Ida pelo almoço. O Divino desamarrou, primeiro, o cabresto da Ruana, a mula madrinha, e esta tomou o caminho, seguida pelos outros burros.
Andamos mais ou menos um quilômetro e avistamos uma ponte de madeira sobre um rio. É o rio Xopotó, disse-me o Geraldino. Ele tem este nome até encontrar o rio Piranga a uma meia légua daqui. Daí prá frente continua com o nome de Piranga. Ele passa em frente à fazenda Seringa. Lá ele é bem largo. Logo à frente, deixamos a estrada que vai para Cruzes e entramos à esquerda, na estrada que iria acompanhar o rio até a fazenda.
Logo que entramos nesta estrada o Geraldino avisou-me que teríamos que parar na fazenda do Sô Juca Sabino, pois vovô Zé Maria havia comprado dele vinte sacos de milho e a tropa teria que levá-los. Andamos mais ou menos meia hora e chegamos à fazenda do Juca Sabino.
Fomos recebidos pelo Sô Juca, que foi logo dizendo para os tropeiros colocarem a tropa na sombra, pois o milho não estava todo debulhado. Fomos para o paiol, onde o Sô Juca possuía um debulhador manual que era girado com muita rapidez por ele. Lá pelas duas horas, o milho estava todo ensacado e colocado nas bolsas. Pronto para ser colocado na tropa. Foi aí que o Sô Juca disse:- Antes de carregar a tropa vamos até minha cozinha para tomarmos o café. "Ordem dada, ordem executada". Rumamos para lá. Na cozinha, encontramos a Dona Maria, esposa do Sô Juca Sabino, que nos aguardava com uma mesa de café, onde estavam os biscoitos de polvilho, broa de fubá mimoso, brevidade e queijo. Tomamos o nosso café, ouvindo o Sô Juca contar as estórias da região. Após o café, os tropeiros carregaram a tropa e rumamos para a Fazenda Seringa.
Notei que a tropa passou a andar mais depressa, embora carregada. Disse-me o Geraldino que a Ruana, pressentindo a aproximação da fazenda, passou a andar mais depressa.
Passamos pela fazenda Sossego, do Sr. José de Estevão, e já avistávamos os arredores da fazenda Seringa. Ao fundo, o rio Piranga emoldurando as terras da fazenda. Aproximamos de uma porteira, o Divino a abriu, e a tropa rumou para o terreiro da fazenda.
Já avistávamos, na varanda, os filhos da tia Lurdinha e da tia Nininha, prenunciando que as férias seriam maravilhosas...

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Murilo Vidigal Carneiro

Calambau/ novembro/2012

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Data: 30/10/2012

De: camila

Assunto: amoaa esta cidade

nasci nesta cidade , com quatorze anos me mudei para sao paulo tenho muitas lembrancas boas e saudades ,de tudo e de todos que ai habitam.

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Data: 01/11/2012

De: Oscar Vidal

Assunto: Re:amoaa esta cidade

Oi preciso falar com pessoas nascida em Calambau. Também sou apaixonado por esta cidade nascí nesta cidade e mudei aos 12 anos de idade, quando foi esta noite sonhei com um grande amigo (JOÃO SOLDADO), trabalhou com meu PAI (CABO MANOEL), tive um sonho muito louco com ele e com os filhos dele, com quem agente brincava no jardim , e nas mediações próximo ao alambique da cidade. Se alguém puder me ajudar queria localizá-los, pois tenho muita saudades de doer o peito. abraços a todos de calambau-MG. meu email (carlosneto36@gmail.com), moro hoje em Brasília-DF.

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Data: 24/10/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: COISAS DE CALAMBAU- EM TEMPO DE ELEIÇÕES

Numa pequena cidade da zona da mata mineira, no ano de1988, estava acirrada, como sempre, a disputa eleitoral entre as facções do PMDB e do PDS.

Quinze dias antes das eleições não se comentava nada na cidade que não se relacionasse com o pleito que se aproximava. O Juiz Eleitoral da Comarca convocou uma reunião com os presidentes e mesários que iriam compor as mesas receptoras de votos.Nessa reunião, o Juiz frisou por várias vezes a responsabilidade dos presidentes, antes, durante e depois da votação.

Essa responsabilidade teria inicio desde o momento da entrega das urnas pela justiça eleitoral até o envio das mesmas ao correio, pelos senhores presidentes.

Naquele tempo, após a votação as urnas eram entregues ao correio e depois a justiça eleitoral as encaminhavam para o Forum da Comarca.

Juventino, homem honrado e conhecido na cidade pela rigidez no cumprimento de suas responsabilidades, não conseguiu dormir naquela noite. É que o mesmo havia sido indicado para presidir um das seções eleitorais. Era muito orgulho poder prestar serviços para a justiça eleitoral. E ele haveria de desempenhar muito bem a sua função, com honradez e muita lisura.

Às 07(sete) horas da manhã, o Sr.Juventino já estava à porta do Grupo Escolar, aguardando o momento de assumir a presidência da terceira seção. Às 7:30 horas, com ar solene, foi assumir o seu lugar no centro da mesa. A urna foi colocada no seu devido lugar, os materiais foram distribuidosaos mesários e tudo estava na mais absoluta órdem.Às oito horas, teve início a votação.

Tudo corria bem.O nosso presidente não cabia em si de contentamento. Até não queria sair para almoçar, pois como dissera o Dr. Juiz a responsabilidade da seção era toda dele.

Às 13 horas, apareceu uma funcionária da Prefeitura distribuindo uma vitamina de mamão para o pessoal que estava trabalhando na eleição.

Juventino tomou dois copos da vitamina e muito alegre, continuou o serviço.

Passados uns quinze minutos, ele notou umas fisgadinhas na barriga,acompanhadas de uns roncos. "Deus do céu! pensou Juventino, esta miserável barriga tinha que atrapalhar logo agora..."

A dorzinha foi apertando,as horas não passavam e o pobre coitado, já quase nãoaguentava esperar o encerramento da votação para ir ao banheiro.

Depois das cinco horas, que mais pareciam um século, o nosso amigo via chegado o momento de encerrar os trabalhos, entregar a urna ao Correio e, finalmente, correr para o banheiro de sua casa e, na maior felicidade, esvaziar o maldito intestino.

Tudo pronto, urna fechada, ata lavrada e assinada. Juventino levanta, coloca a urna debaixo do braço e segue em direção ao Correio, acompanhado dos fiscais dos dois partidos e de algumas pessoas que sempre aparecem nesta hora.

Mal colocou os pés na rua, o nosso amigo sentiu que não daria tempo para chegar ao Correio, pois a barriga doía muito e ele já estava sem forças para conter a fúria intestinal.

O que fazer? Juventino raciocinou rápido:a sua casa ficava a uns duzentos metros do local onde ele estava, e então, numa desabalada correria, abraçado à urna, partiu em direção a sua residência.

No princípio, os fiscais ficaram sem saber o que fazer, mas depois, saíram também correndo atrás do Presidente.

Este, quando chegou em sua casa, foi direto para o banheiro, mas antes de empurrar a porta, os fiscais que estavamao seu encalço o impediram de fechá-la. Juventino, mais que depressa, colocou os dois fiscais para dentro do banheiro, pediu que eles ficassem de costas, e abraçadinho à urna, sentado no vaso, vivia um dos momentos mais felizes da sua vida.

Juventino cumpria assim, a determinação do Dr. Juiz à risca: -A urna, até que seja entregue ao Correio, é de inteira responsabilidade do Presidente.




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Data: 16/10/2012

De: Jose Romualdo Quintao

Assunto: Registro de outro músico


Na lista dos músicos calambauenses foi omitido o nome do querido amigo e conterrâneo Cyro de Matias , além de saxofonista, trata-se de premiado e excelente cultor das arte marciais.
Cyro prestou serviços na gloriosa Polícia Militar de Minas Gerais, em Belo Horizonte, transferindo-se para Governador Valadares, nesta cidade fundou a academia JUDOGOV, hoje dirigida pelo seu filho. Apesar de ter nascido no velho Calambau, influenciado pelo êxodo dos valadarenses, também, emigrou-se para os Estados Unidos, onde trabalha com idosos e é instrutor de artes marciais na famosa academia da família do lutador Hélio Gracie. Ao lembrar-me da infância do Cyro, sempre alio sua imagem ao da sua famosa cadela Faisca, e de como era peculiar a sua maneira de chamá-la: Cá faissssca!!!!!Cá faiiiiiisssssssca! Motivo de gozação de seus amigos de infância, que, ao avista-lo logo vinha o indefectível: Cá faissssca...Cá faiiiiiisssssca!.

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