Ser CALAMBAUENSE, é ter berço diferente! É recordar o passado, acreditar no futuro e viver o presente.


Contos e causos de Presidente Bernardes

Este espaço foi criado para descobrirmos "tesouros da Literatura" de Presidente Bernardes, pessoas que têm o dom de encantar as outras com suas palavras; palavras na qual embaralhadas umas nas outras tranformam - se em singelas frases, que muitas vezes tocam não só nosso coração mas também nossa mente e que nos faz refletir as maravilhas guardadas nessa cidade maravilhosa.

Aqui você pode escrever, inventar e postar poesias, crônicas, memórias antigas que estão guardadas em sua mente loucas para serem do conhecimento de todos, aqui o espaço é seu...

 

"...Quando alguém encontrar seu caminho, não pode ter medo. Precisa ter coragem suficiente para dar passos errados.

As decepções, as derrotas, o desânimo são as ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada".
                                                                                                                                          


Contos, causos, poesias, pensamentos...

Data: 08/02/2013

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: MOTOS

MOTOS


Esse veículo invadiu, mesmo, as nossas cidades. Na zona rural, substituiu o cavalo. Enquanto o cavalo comia capim, ela bebe gasolina. Muitas vezes não sabemos quem bebe mais, se a moto ou o motoqueiro.

Em Calambau, cidade com população próxima de seis mil habitantes, existem mais de mil motos. Uma moto para cada seis habitantes. No tempo dos cavalos, quase não havia acidentes. Hoje, com as motos, eles aumentaram consideravelmente, provocando fraturas, escoriações e algumas mortes. Concordamos que é um meio de transporte rápido e econômico mas, deploramos a imaturidade da maioria dos usuários que se consideram imunes aos acidentes.

Falta mais rigor das autoridades competentes na autuação dos motoqueiros infratores. As alegações de que eles usam esse transporte para trabalhar não justificam a falta de fiscalização pois, o inabilitado é um assassino em potencial que anda pelas ruas e estradas colocando em risco a vida, principalmente, de crianças e idosos.

Pelo que se tem notícia, a primeira motocicleta (na época era assim chamada) que surgiu em Calambau foi por volta de 1930. Era uma BSA, inglesa, de propriedade do Sr. Joaquim Ferreira Maciel, o Quinca Maciel. Mais tarde, na década de 40, o Antônio Vidigal Guimarães, o Tonico Borges, adquiriu uma moto que fazia muito sucesso. Essa moto conseguiu mover a Montanha. Este era o nome de uma vaca de meu pai José Carneiro, da fazenda Baía. A Montanha, quando estava com bezerro novo e o Tonico Borges passava de moto na estrada de Piranga, próxima ao pasto da fazenda, corria furiosa atrás da moto, quase alcançando o Tonico.

Segundo informações do Zé de Cacau (José Romualdo Quintão), o Tonico Borges adquiriu essa moto de um vendedor de fumo, da cidade de Ubá. Era da marca Zundapp, de fabricação alemã, talvez presa de guerra. O Duquinha, filho do Tonico, logo aprendeu a dirigi-la e convidou o Zé para ir a Piranga, na garupa. Levaram três tombos antes de chegarem à fazenda Baía. Regressaram empurrando a alemã...

Na década de 50, surgiram as motos dos jovens Quinquim Carneiro (da fazenda Seringa) e do Guido Carneiro (Guido de Zé Estevão). Nessa época, uma moto importada, a Harley Davidson, também inglesa, que fez muito sucesso por aqui, pertencia ao piranguense Francisco Lins Peixoto, o Zuzu, coletor estadual em nossa cidade. Daí em diante, foi aumentando, aos poucos, o número de motos até atingir essa avalanche, nos tempos atuais. Que Deus nos proteja e as desvie de nossos caminhos!


Murilo Vidigal Carneiro
CALAMBAU/fevereiro/2013

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Data: 27/01/2013

De: Tadeu Carneiro Peixoto

Assunto: POEMA

PERFIL PARA MINHA TERRA!



TENDO O CÉU COMO FUNDO
O VULTO DE DUAS TORRES APONTAM
RETAS EM DIREÇÃO A ESTE CÉU QUE COBRE A PEQUENINA CIDADE
REPRESENTANDO O PERFIL DE SUA GENTE,SIMPLES
E HUMILDE,MAS BATALHADORA NA IMENSIDÃO DAS GERAIS;
SEU NOME,É TAMBÉM DE SIMPLICIDADE ÍMPAR
DANDO O TOM HARMÔNICO AO SEU HINO DE AMOR E PAZ...
AS COPAS DE SUAS ÁRVORES ALTAS E FRONDOSAS
MESCLAM O FRESCOR DO VENTO EM SUAS SOMBRAS GOSTOSAS...
AS PESSOAS QUE AQUI NASCERAM E VIVERAM TEMPOS ATRAS,
TRAVARAM LUTAS COM DENODO E ZELO EM PROL DO SEU NOME AMADO
RECUSANDO UM TOPÔNIMO QUE NADA FAVORECIA AO SEU PATRIMÔNIO NOBRE.
INFELIZMENTE EM MEIO A FRUTOS BONS,OS PODRES TAMBÉM APARECEM;MAS,
ZELANDO PELA SUA HONRA,SEU PERFIL DE INTERIOR,ATÉ ROCEIRO,
DEUS,COM SEU CORAÇÃO MAIOR QUE O MUNDO LHE DEU GRANDE PADROEIRO.
ENTRE AS CURVAS DO SEU NOBRE RIO,ENTRE OS MATOS RALOS QUE
SOBRESSAEM EM SUAS MARGENS E GLEBAS,SIMPLESMENTE
ASSALTARAM NA CIDADE GRANDE,E DE COLARINHOS BRANCOS
NOS DERAM COMO PRESENTE DE GREGO,UM NOME BEM DIFERENTE...
TU TENS,Ó TERRA QUERIDA,AMADA E CANTADA POR FILHOS VERDADEIROS
O AMOR DO PATRIOTA,DO POETA,DO MÚSICO E DOS SERESTEIROS;
A CADA ACORDE,DO SEU HINO,SUA VALSA TÃO SAUDOSA
NUNCA DEIXARÁ DE SER LEMBRADA EM VERSOS RIMA E PROSA...
TEMPOS PASSADOS CANTAVAM SEUS TROVADORES NAS MADRUGADAS
OUVINDO OS SORRISOS E SUSSURROS DE SUAS AMADAS.
NAS CHEIAS DO NOBRE RIO,AS ÁGUAS BARRENTAS REFLETIAM MESMO ASSIM
IMAGENS DAS TORRES TAMBÉM GÊMEAS,MAS CONSAGRADAS AO PADROEIRO
O SANTO ANTONIO DE PÁDUA,O SANTO CASAMENTEIRO...
DO OUTRO LADO,OUTRA DIMENSÃO AQUELES QUE AQUI A AMARAM
E LUTARAM ACARICIANDO O SEU NOME ANTIGO,COM CERTEZA,
CADA DIA E HORA PEDEM AO CRIADOR DE TUDO,NOSSO DEUS,
A GRAÇA PARA VOLTARMOS A ESCREVER E OUVIR DE NOVO
LINDOS VERSOS DE SEUS POETAS,HOMENAGEANDO TODO SEU POVO.
ASSIM,TODOS NÓS NESTE PERFIL TÃO SINCERO E NOBRE,
MESCLANDO VALSAS,CHOROS E MARCHINHAS QUE
BUSCARÃO BEM LÁ NO FUNDO DO BAÚ DA SAUDADE
A VERDADEIRA FONTE,O VERDADEIRO PATRIOTISMO QUE
UM DIA TENTARAM ROUBAR,MAS,COM NOBREZA DE SENTIMENTOS,
COM TANTO AMOR,COMO SEU PERFIL IRÁ FICAR...


TADEU (TACAPE)

24/01/2013

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Data: 11/01/2013

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: RETRATO DA ZONA RURAL- A FAMÍLIA CASÁRIO (TEXTO COMPLETO)

RETRATO DA ZONA RURAL: A FAMÍLIA CESÁRIO (texto completo)



Corria o final da década de 30. Em uma zona rural do município de Mercês (MG) morava a família Cesário. O casal Ermindo Cesário da Silva e Maria do Carmo da Silva ficara sabendo, através de amigos, que em um lugar não muito longe, chamado Calambau, existia uma terra boa para culturas e não faltava serviço na zona rural. Um morador de Mercês que havia se mudado para lá, o Sr. Virgílio Dutra, depois de um certo tempo, voltando a Mercês, trouxe a boa nova.
O Sr. Ermindo, quando soube da notícia, logo procurou o Sr. Virgílio e lhe pediu que arranjasse, em Calambau, um lugar para a sua família morar e trabalhar. Pediu-lhe, também, quatro burros de tropa para levar a sua mudança e a família.
O Sr.Virgílio Dutra, voltando a Calambau, conseguiu o local para a família do Sr.Ermindo morar. Depois de tudo planejado, chegou o dia da mudança. O Sr.Ermindo vendeu a cabrita com dois cabritinhos, as galinhas, dois leitões, uma égua já velha, e alguns móveis e utensílios. Com o dinheiro pagaria o aluguel dos burros e ainda sobrariam alguns trocados para iniciar a sua vida na nova terra.
A ¨"tralha" que sobrou foi arrumada em balaios que seriam transportados pelos burros. Um dos burros, com dois balaios, transportaria os meninos mais novos. Eram quatro, abaixo de cinco anos. Os outros cinco iriam à pé com os pais. O balaio com quatro meninos tinha do outro lado, como contrapeso, outro balaio com algumas pedras. Gastaram três dias na viagem. Passaram por Silveirânea, Dores do Turvo, Brás Pires até chegarem em Calambau. O tropeiro sabia dos pontos das pousadas, pois naquele tempo as tropas de Calambau frequentavam muito a cidade de Mercês ( antigamente chamada Mercês do Pomba, pois o Rio Pomba banha o município). O motivo da frequência de nossas tropas a Mercês é que lá chegavam as mercadorias nos trens da Estrada de Ferro Leopoldina, vindos do Rio de Janeiro. Seria o antigo ramal de Piranga que lá não chegou, segundo dizem, por motivos políticos.
Chegando a Calambau, os nossos "migrantes" foram morar na zona rural das Três Barras, quase divisa com Porto Firme. Moraram, inicialmente, na fazenda do Sr.Chico Galvão (um senhor de Viçosa) e depois na Fazenda de Crescêncio Fernandes de Souza. Depois de um certo tempo, o Sr Ermindo, frequentando a missa, em Calambau, ficou conhecendo o fazendeiro José Maria Carneiro, que morava na fazenda Seringa. Em conversa, ficou sabendo que o Sr. José Maria estava à procura de famílias para morarem em sua fazenda, pois precisava de mão de obra para trabalhar na sua lavoura de café que estava sendo implantada.
A família do Sr. Ermindo foi para Seringa. A viagem, desta vez, foi mais fácil, pois Três Barras não ficava longe. Foram de carro de boi até a margem do rio Piranga e de lá atravessaram o rio em uma balsa que transportava até carro de boi.
Para os filhos do Sr.Ermindo a nova morada foi uma festa, pois a casa ficava ao lado de uma linda cachoeira. Além disso, o Zé Cesário, filho do Sr.Ermindo, encontrou três rapazes filhos do fazendeiro: Zé Carneiro, Ladinho Carneiro e Zizinho Carneiro, que tinham mais ou menos a sua idade. Os outros meninos mais novos eram o Ninico e o Quinquim. As seis filhas do casal também encontraram na fazenda uma “penca" de moças, filhas do Sô Juquinha (apelido do Sr.José Maria) e da dona Sinhá, sua esposa. As filhas dos fazendeiros eram: Lurdinha, Nininha, Rosarinha, Mariinha (mais tarde Irmã Esperança), Carminha, Cormaria, Terezinha e Dores.
O Zé Cesário por ser um rapazinho, juntamente com o seu pai, já pegava "no batente."
Formou-se uma grande amizade entre os Cesário e os rapazes da fazenda. Estavam sempre juntos, nadando no rio Piranga que passava em frente à fazenda, pescando, caçando e frequentando os forrós nos casamentos e batizados da região.
O tempo foi passando, os rapazes crescendo e a família Cesário sempre trabalhando e com boa convivência com o pessoal da fazenda. Os rapazes trabalhando no campo. Nessa época, além do Zé Cesário, os seus irmãos João e Antônio também já estavam na labuta. As filhas, também, já trabalhavam na fazenda, principalmente a Geralda, mais tarde, Dona Geralda, cozinheira que ao lado da Maria Holanda (antiga cozinheira da fazenda) e sob supervisão da Vovó Sinhá tornou-se, também, exímia no ofício.
O casal, quando saiu de Mercês, trouxe cinco filhos .Um ficou por lá e veio visitar a família apenas uma vez. Aqui nasceram mais oito filhos.
Nas festas da redondeza, Zé Cesário era o grande animador. Além de "pegar porfia" quando achava um que o desafiasse, gostava, também, de cantar as cantigas da época nos bailes das festas. Cesário se gabava de ensinar muito sanfoneiro a tocar, já que havia sempre uma sanfona acompanhando suas cantorias. Gostava muito de cantar um enorme desafio que começava assim: " Eu fui chamado pra cantar com Jeremias. Cantei sexta, cantei sábado e domingo até meio dia. E quando foi segunda feira perguntei se ainda queria..."
Como dizia o Zé Cesário:" os filhos (homens) do Sô Juquinha foram casando e se mudando da fazenda. No fim, só sobrou o Quinquim. O Zé Carneiro, casado com a Cici da Dona Augusta, foi morar no Baía, lá pras bandas de Piranga. O Zizinho, casado com a Zizinha do Juca Braz, foi morar na Boa Esperança , lá pras bandas de Porto Firme. O Ladinho, casado com a Rita Magalhães, de Piranga, foi morar em uma fazenda bem perto da Fazenda Seringa. O Ninico, casou-se com a Glorinha do Zé Borges e foi morar na Granja Sta. Terezinha, também perto da Seringa. Depois, mudou-se para Calambau, onde foi mexer com política e chegou a ser prefeito por três vezes. O Quinquim, depois de certo tempo, casou-se com a dona Tinita, também de Piranga, e foi morar na Granja Sta.Terezinha, onde antes morava o Ninico. As moças, filhas do Sô Juquinha, foram estudar fora, em Viçosa e Piranga. para serem professoras.”
Continuando o Zé Cesário: "Os nossos pais faleceram, alguns irmãos também. Outros se casaram, só ficando na nossa casa minha irmã Efigênia e eu.
Com o tempo, os donos da fazenda foram envelhecendo e resolveram se mudar para Calambau, onde tinham uma casa. Como decidiram fazer a doação dos terrenos aos seus filhos, a parte onde ficava a nossa casa, saiu para a Carminha, que morava em Piranga. Na casa que foi de meus pais, como já disse, morávamos minha irmã e eu. Era uma verdadeira chácara, pois o Sô Juquinha, quando fazia uma casa para um empreiteiro, a cercava de uma boa área de terras, onde poderia ter horta, pomar, e, também, plantar milho, feijão, cana , mandioca, e ter um bom terreiro."
Ainda o Zé Cesário: "O terreno que saiu para a Carminha, em 1985, foi adquirido pelo seu sobrinho Murilo, filho de Zé Carneiro. Como eu já estava aposentado, não cheguei a trabalhar com ele. O Murilo construiu uma casinha para a Efigênia e eu morarmos, porque a que pertencia ao meu pai já estava muito velha. Depois de um certo tempo, Efigênia e eu fomos morar no Asilo em Calambau."
Dos catorze filhos de do Sr. Ermindo e da Dona Maria restam apenas quatro. O Zé Cesário faleceu em agosto deste ano (2.012). A Efigênia continua morando no asilo, onde é muito bem tratada.
Eis o retrato da vida de uma família, dentre muitas que vieram morar em Calambau e que contribuíram para o desenvolvimento de nossa comunidade, principalmente, na zona rural.
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Murilo Vidigal Carneiro
Dezembro 2012

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Data: 01/03/2013

De: myriam

Assunto: Re:RETRATO DA ZONA RURAL- A FAMÍLIA CASÁRIO (TEXTO COMPLETO)

Quando leio esses contos ,lembro-me de mamãe falando de todo esse povo.

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Data: 10/01/2013

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: Retrato da Zona Rural- A Família Cesário

RETRATO DA ZONA RURAL- A FAMÍLIA CESÁRIO



Corria o final da década de 30. Em uma zona rural do município de Mercês (MG)
morava a família Cesário. O casal Ermindo Cesário da Silva e Maria do Carmo da Silva ficara sabendo, através de amigos, que em um lugar não muito longe, chamado Calambau, existia uma terra boa para culturas e não faltava serviço na zona rural. Um morador de Mercês que havia se mudado para lá, o Sr. Virgílio Dutra, depois de um certo tempo, voltando a Mercês, trouxe a boa nova. O Sr. Ermindo, quando soube da notícia, logo procurou o Sr. Virgílio e lhe pediu que arranjasse, em Calambau, um lugar para a sua família morar e trabalhar. Pediu-lhe, também, quatro burros de tropa para levar a sua mudança e a família. O Sr.Virgílio Dutra, voltando a Calambau, conseguiu o local para a família do Sr.Ermindo morar. chegou o dia da mudança. O Sr.Ermindo vendeu a cabrita com dois cabritinhos, as galinhas, dois leitões, uma égua já velha, e alguns móveis e utensílios. Com o dinheiro pagaria o aluguel dos burros e ainda sobrariam alguns trocados para iniciar a sua vida na nova Depois de tudo planejado, A ¨"tralha" que sobrou foi arrumada em balaios que seriam transportados pelos burros. Um dos burros, com dois balaios, transportaria cinco anos. Os outros cinco iriam à pé com os pais. O balaio com quatro meninos tinha do outro lado, como contrapeso, outro balaio com algumas pedras. Gastaram três dias na viagem. Passaram por Silveirânea, Dores do Turvo, Brás Pires até chegarem em os meninos mais novos. Eram quatro, abaixo de Calambau. O tropeiro sabia dos pontos das pousadas, pois naquele tempo as tropas de Calambau frequentavam muito a cidade de Mercês ( antigamente chamada Mercês do Pomba, pois o Rio Pomba banha o município). O motivo da frequência de nossas tropas a Mercês é que lá chegavam as mercadorias nos trens da Estrada de Ferro Leopoldina, vindos do Rio de Janeiro. Seria o antigo ramal de Piranga que lá não chegou, segundo dizem, por motivos políticos. Chegando a Calambau, os nossos "migrantes" foram morar na zona rural das Três Barras, quase divisa com Porto Firme. Moraram, inicialmente, na fazenda do Sr.Chico Galvão (um senhor de Viçosa) e depois na Fazenda de Crescêncio Fernandes de Souza. Depois de um certo tempo, o Sr Ermindo, frequentando a missa, em Calambau, ficou conhecendo o fazendeiro José Maria Carneiro, que morava na fazenda Seringa. Em sabendo que o Sr. José Maria estava à procura de famílias para morarem em sua fazenda, pois precisava de mão de obra para trabalhar na sua lavoura de café que estava sendo implantada. A família do Sr. Ermindo foi para Seringa. A viagem, desta vez, foi mais fácil, pois Três Barras não ficava longe. Foram de carro de boi até a margem do rio Piranga e de lá atravessaram o rio em uma balsa que transportava até carro de boi. Para os filhos do Sr.Ermindo a nova morada foi uma festa, pois a casa ficava ao lado de uma linda cachoeira. Além disso, o Zé Cesário, filho do Sr.Ermindo, encontrou três rapazes filhos do fazendeiro: Zé Carneiro, Ladinho Carneiro e Zizinho Carneiro, que tinham mais ou menos a sua idade. Os outros meninos mais novos eram o Ninico e o Quinquim. As seis filhas do casal também conversa, ficou encontraram na fazenda Juquinha (apelido do Sr.José Maria) e da dona Sinhá, sua esposa. As filhas dos fazendeiros eram: Lurdinha, Nininha, Rosarinha, Mariinha (mais tarde Irmã Esperança), Carminha, Cormaria, Terezinha e Dores. O Zé Cesário por ser um rapazinho, juntamente com o seu pai, já pegava "no batente." uma “penca" de moças, filhas do Sô Formou-se uma grande amizade entre os Cesário e os rapazes da fazenda. Estavam sempre juntos, nadando no rio Piranga que passava em frente à fazenda, pescando, caçando e frequentando os forrós nos casamentos e batizados da região. O tempo foi passando, os rapazes crescendo e a família Cesário sempre trabalhando e com boa convivência com o pessoal da fazenda. Os rapazes trabalhando no campo. Nessa além do Zé Cesário, os seus irmãos João e Antônio também já estavam na labuta. As filhas, também, já trabalhavam na fazenda, principalmente a Geralda, mais tarde, que ao lado da Maria Holanda (antiga cozinheira da fazenda) e sob supervisão da Vovó Sinhá tornou-se, também, exímia no ofício. O casal, quando saiu de Mercês, trouxe cinco filhos .Um ficou por lá e nasceram mais oito filhos. Nas festas da redondeza, Zé Cesário era o grande animador. Além de "pegar porfia" quando achava um que o desafiasse, gostava, também, de cantar as cantigas da época nos bailes das festas. Cesário se gabava de ensinar muito sanfoneiro a tocar, já que havia sempre uma sanfona Gostava muito de cantar um enorme desafio que começava época, Dona Geralda, cozinheira veio visitar a família apenas uma vez. Aqui acompanhando suas cantorias. assim: " Eu fui chamado pra cantar com Jeremias. Cantei sexta, cantei sábado e domingo até meio dia. E quando foi segunda feira perguntei se ainda queria..." Como dizia o Zé Cesário:" os filhos (homens) do Sô Juquinha foram casando e se mudando da fazenda. No fim, só sobrou o Quinquim. O Zé Carneiro, casado com a Cici da Dona Augusta, foi morar no Baía, lá pras bandas de Piranga. O Zizinho, casado com a Zizinha do Juca Braz, foi morar na Boa Esperança , lá pras bandas de Porto Firme. O Ladinho, Piranga, foi morar em uma fazenda bem perto da Fazenda Seringa. O Ninico, casou-se com a Glorinha do Zé Borges e foi morar na Granja Sta. Terezinha, também perto da Seringa. Depois, mudou- se para Calambau, onde foi mexer com política e chegou a ser prefeito por três vezes. O Quinquim, depois de certo tempo, casou- se com a dona Tinita, também de Piranga, e foi morar na Granja Sta.Terezinha, onde antes morava o Ninico. As moças, filhas do Sô Juquinha, foram estudar fora, em Viçosa e Piranga. para serem professoras.” Continuando o Zé Cesário: "Os nossos pais faleceram, alguns irmãos também. Outros se casaram, só ficando na nossa casa minha irmã Efigênia e eu. Com o tempo, os donos da fazenda foram envelhecendo e resolveram se mudar para Calambau, onde tinham uma casa. Como decidiram fazer a doação dos terrenos aos seus filhos, a parte onde ficava a nossa casa, saiu para a Carminha, que morava em Piranga. Na casa que foi de meus pais, como já disse, morávamos minha irmã e eu. Era uma verdadeira chácara, pois o Sô Juquinha, quando fazia uma casa para um empreiteiro, a casado com a Rita Magalhães, de cercava de uma boa área de terras, onde poderia ter horta, pomar, e, também, plantar milho, feijão, cana , mandioca, e ter um bom Ainda o Zé Cesário: "O terreno que saiu para a Carminha, em 1985, foi adquirido pelo seu sobrinho Murilo, filho de Zé Carneiro. Como eu já estava aposentado, não cheguei a trabalhar com ele. O Murilo construiu uma casinha para a Efigênia e eu morarmos, porque a que pertencia ao meu pai já estava muito velha. Depois de um certo tempo, Efigênia e eu fomos morar no Asilo em Calambau." Dos catorze filhos de do Sr. Ermindo e da Dona Maria restam apenas quatro. O Zé Cesário faleceu em agosto deste ano (2.012). A Efigênia continua morando no asilo, onde é muito bem tratada. Eis o retrato da vida de uma família, dentre muitas que vieram morar em Calambau e que contribuíram para o desenvolvimento de nossa comunidade, principalmente, na zona rural. ******* •

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Quero com esta crônica homenagear aos migrantes que vieram com as suas famílias para Calambau, principalmente a partir da década de 30. Alguns vieram a procura do trabalho braçal, outros vieram após adquirirem aqui sítios ou fazendas. Todos contribuíram para o desenvolvimento de nosso município e os seus descendentes, hoje filhos da terra, continuam com essa contribuição. A origem dessas famílias foi principalmente: Capela Nova, Cipotânea, Mercês e Alto Rio Doce, dentre outras.
murilo de calambau
Enviado por murilo de calambau em 10/01/2013
Reeditado em 10/01/2013
Código do texto: T4077779
Classificação de conteúdo: seguro

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Data: 04/01/2013

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: PARA REFLETIRMOS

PARA REFLETIRMOS




02.01.2012:

Em Porto Firme, as águas do rio Piranga invadem a Praça Principal dessa cidade e atingem as casas residenciais e comerciais até à altura de dois metros, dando grande prejuízo aos moradores.

Em Calambau: As águas do mesmo rio passam por cima da ponte (única da cidade) isolando da área central os bairros Bela Vista e Pedro Sabino, interrompendo as saídas para as cidades de Senador Firmino, Paula Cândido e Braz Pires águas bloqueiam também as saídas para Piranga e Porto Firme.

Em Piranga: O rio passa também por cima da ponte da cidade e interrompe a ligação do bairro Copasa com o centro da cidade, além de bloquear a saída para Senhora de Oliveira.
Em todos esses municípios foi grande o prejuízo das populações ribeirinhas, pois grande parte de nossas culturas regionais estão localizadas nas margens do rio.
02.01.2013:

Quem partiu de Porto Firme, nessa data, em direção à Piranga passando por Calambau, verificou-se que o leito do rio Piranga estava semelhante ao dos meses julho/agosto, ou seja muito raso e com suas pequenas ilhas descobertas.Os mais vividos afirmam que nunca viram tão pouca água no nosso rio nessa época.Os mananciais que lhe fornecem água, diminuíram, pela falta das chuvas e pela grande evaporação que também o inédito calor está provocando.
O que estaria provocando esse desequilíbrio?
Não seriam as nossas agressões ao rio com o desmatamento de suas margens e a não recuperação das matas ciliares?
Não seria a falta de preservação das nascentes?
E o que dizer da retirada da areia do leito do rio? Em Porto Firme e Calambau são retirados vários caminhões por dia, sendo que só em Calambau, sai por dia aproximadamente trinta caminhões de areia com destino a Conselheiro Lafaiete e Viçosa .
Secas, enchentes,calor em excesso, não seria um ultimato que a natureza está nos dando?
Devemos entender esses recados, pois a natureza não costuma enviá-los indefinidamente.
Se não agirmos rápido, não haverá retorno!

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Calambau,janeiro/2013

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Data: 04/01/2013

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: PARA REFLETIRMOS

por dia aproximadamente trinta caminhões de areia com destino a Conselheiro Lafaiete e Viçosa .
Secas, enchentes,calor em excesso, não seria um ultimato que a natureza está nos dando?
Devemos entender esses recados, pois a natureza não costuma enviá-los indefinidamente.
Se não agirmos rápido, não haverá retorno!

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Calambau,janeiro/2013

Responder
Encaminhar

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Data: 27/12/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: Mal Secreto- (Poesia - Raimundo Correa)



MAL SECRETO

(Raimundo Correa)


Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

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Data: 22/12/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: CONSOADA

CONSOADA


Tradição herdada de Portugal, que consiste na reunião das famílias no dia 24 de dezembro, em comemoração ao Natal. Nesse dia, tal reunião é comemorada com um lauto almoço.


A sua origem remonta aos primeiros séculos, quando as vigílias que celebravam o nascimento de Jesus, eram dias de jejum. Os fiéis reuniam-se nas Igrejas, rezando e cantando toda a noite . (Wikipedia)


Com o passar dos séculos, o jejum foi sendo abolido e substituído pela refeição a que o povo continuou chamando de "Consoada". Em Calambau, e em toda nossa região, há muito tempo essa tradição é mantida.


No princípio do mês de dezembro, as nossas mães e avós já se ocupavam do preparo das frutas para os famosos doces da Consoada. Assim é que os figos, cidras, laranjas, limões, marmelos já estavam sendo procurados, pois quem não os tinha em seus quintais teria que adquiri-los com os vizinhos e amigos. Além das frutas citadas, outras também eram usadas. Os canudinhos, pudins, rocamboles, doce de leite, doce de coco, suspiros, pão dourado e fios de ovos, eram os doces mais comuns entre nós.


Quando morávamos na roça, vínhamos passar a consoada com a nossa avó Dona Augusta, na cidade. A nossa mãe Cici já trazia da fazenda os diversos doces que, juntos com os de nossa avó, comporiam a sobremesa do almoço da Consoada.


No almoço, quase sempre, era servida a famosa bacalhoada, geralmente regada com um bom vinho. E ainda: macarronada; tutu; leitoa; frangos de várias formas ( fritos, assados, refogados); lombo e pernil de porco; pato com macarrão, etc. O mais importante, no entanto, era o clima de confraternização existente entre as famílias.


As comadres, vizinhas, amigas, parentes, participavam das trocas, principalmente, de doces. Umas enviavam doces de canudos e recebiam de volta doces de leite, por exemplo.


Nas amplas mesas, era servido o grande almoço com a participação de todos da família e, raramente, faltava alguém. Mesmo os parentes que moravam mais longe faziam de tudo para participarem desse congraçamento.


Algumas pessoas retribuíam, no Ano Novo, as guloseimas recebidas na Consoada.


Os mais jovens não conhecem fios de ovos, biscoito de pua, talhadinha parda, mãe benta e muitos outros doces feitos pelas nossas avós. Já não sentimos o cheiro do cravo e da canela dos doces das antigas doceiras. Mas não podemos deixar desaparecer as receitas que ainda nos restam, pois elas nos faz voltar à infância e recordar o tempo que passou.


O que vale é o espirito natalino que a Consoada comemora, reunindo as famílias e os amigos numa congregação de paz e amor.

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Com esta crônica, quero desejar aos parentes e amigos um Feliz Natal e um venturoso Ano Novo.Que na mesa da ceia de natal estejam presentes as comidas e os doces que as nossas mães e avós faziam.Um abraço a todos. Murilo e Família

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Data: 13/12/2012

De: Stella Fair

Assunto: Wet N Wild Way

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