Ser CALAMBAUENSE, é ter berço diferente! É recordar o passado, acreditar no futuro e viver o presente.


Contos e causos de Presidente Bernardes

Este espaço foi criado para descobrirmos "tesouros da Literatura" de Presidente Bernardes, pessoas que têm o dom de encantar as outras com suas palavras; palavras na qual embaralhadas umas nas outras tranformam - se em singelas frases, que muitas vezes tocam não só nosso coração mas também nossa mente e que nos faz refletir as maravilhas guardadas nessa cidade maravilhosa.

Aqui você pode escrever, inventar e postar poesias, crônicas, memórias antigas que estão guardadas em sua mente loucas para serem do conhecimento de todos, aqui o espaço é seu...

 

"...Quando alguém encontrar seu caminho, não pode ter medo. Precisa ter coragem suficiente para dar passos errados.

As decepções, as derrotas, o desânimo são as ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada".
                                                                                                                                          


Contos, causos, poesias, pensamentos...

Data: 06/02/2012

De: 1º CONCURSO DE BELEZA DE NOMES DE CIDADES BRASILEIRAS

Assunto: " UM TORNEIO PELO QUAL SE VERIFICA QUE A ARTE DE NOMEAR POVOAÇÕES SE PERDEU, COM O PASSAR DO TEMPO" / COMPLEMENTO - Ensaio

"FEIO SÃO OS NOMES DE GENTE APLICADOS A CIDADES."
" Santa Catarina tem um fraco por dar nome de gente às cidades.Há as que se apresentam com nome e sobrenome(Abdon Batista, Lebon Régis, Otacílio Costa), as que incluem os títulos ( Dr Pedrinho, Frei Rogério, Major Gercino) e as que se resumem a uma palavra (Galvão, Blumenau).No total 34, dos 293 municípios do estado, levam nome de gente. BLUMENAU, duro nome alemão, tanto se impôs como nome de cidade que até se esquece que homenageia seu fundador. Salva-se por isso.
BELO HORIZONTE é um nome ao qual é preciso se acostumar. Machado de Assis, que viu nascer a nova capital das Minas Gerais, estranhou que ela fosse batizada com uma exclamação.
Feio são, em regra, os nomes terminados em 'lândia' e em 'polis' - Analândia(SP) Epitaciolândia(AC) Mantenópolis(ES).Goiás tem dezoito cidades em lândia e 24 em polis(de Amorinópolis a Vicentinópolis, e, se o leitor ainda não está satisfeito, Damianópolis, Mutunópolis e Palminópolis).Para não se pensar em má vontade para com Goiás, o PRIMITIVO nome da antiga capital do estado é dos mais bonitos já inventados no país --- VILA BOA DE GOIÁS. Confirmam que hoje em dia se perdeu o rumo, na arte de nomear povoações. Exceção, na feiúra dos nomes em polis, são Petrópolis e Teresópolis. Eles se salvam pelas homenagens à família real brasileira. Florianópolis poderia ser outra exceção, por causa do "flor" da primeira sílaba, e mais ainda por causa do simpático apelido de "Floripa", mas há um problema: Florianópolis homenageia o marechal Floriano Peixoto, por ordem de quem foram massacrados, freqüentemente pelo método de cortar cabeças, os rebeldes da Revolução Federalista de fins do séc XIX. Ou seja: a cidade homenageia seu algoz.
Há nomes de uma beleza triste, às vezes trágica. O melhor exemplo é Afogados da Ingazeira(PE), notável pela coragem de homenagear gente que se afogou por lá. Baía da Traição(PB) pertence ao mesmo gênero. Já DORES DO INDAIÁ no coração de Minas, é dos nomes mais bonitos do Brasil. Merece fechar este I Concurso de Beleza de Nomes de Cidades Brasileiras, criado e desenvolvido por este colunista. Concursos similares o leitor está AUTORIZADO a estender para outros setores. Qdo se está cansado de discutir as coisas em si, uma alternativa é discutir o nome delas."

* Mat parc extraída da revista Veja/Col.Ensaio: Roberto P. de Toledo.

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Data: 04/02/2012

De: Jomacan

Assunto: Feiúra e beleza nos nomes de cidades

São João del-Rei é um bonito nome de cidade.Transmite uma nobreza antiga, sóbria e sábia.Da mesma estirpe, e não por acaso, também de cidades históricas mineiras, são os nomes Mariana, Congonhas do Campo, Ouro Preto.De outra família, mas igualmente bonito, é o nome Paraty, outra cidade histórica, esta contemplada, talvez por estar plantada à beira-mar, com alegres vogais.Há muitos nomes indígenas que brincam nos ouvidos - Ubá(MG) CALAMBAU(MG) - outros de travar a língua - Cumuruxatiba(BA), Itaquaquecetuba(SP).Feio é o nome Sinop, no norte de Mato Grosso.Com infelicidade rara, a cidade adotou a sigla da empresa que colonizou a região, Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná.Dar nome às cidades é uma arte perdida.Cordisburgo é outro burgo mineiro, mas este deixou de ser feio: virou bonito, porque Guimarães Rosa nasceu lá. Uma vez quiseram mudar o nome do lugar para Guimarães Rosa.Em vez de HOMENAGEAR, seria um INSULTO à sua memória.FEIOS SÃO OS NOMES DE GENTE APLICADOS A CIDADES.No Maranhão existe Ribamar Riquense e no Piauí Demerval Lobão.Por maiores que tenham sido os méritos desses senhores, como nome de cidade caem mal, desastrosamente mal. Rio de Janeiro é um bonito nome.Mistura espaço e tempo.Bonitos são os nomes que combinam santo com nome indígena: Conceição do Araguaia(PA)Santa Rita do Sapucaí(MG).E mais bonitos os que combinam os santos com misteriosos atributos: São Miguel do Gostoso(RN), São Tomé das Letras(MG), São José dos Ausentes(RS).
Matértia extraída da Revista Veja/Roberto P. de Toledo /ENSAIO.

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Data: 05/02/2012

De: G L P

Assunto: Re:Feiúra e beleza nos nomes de cidades

Excelente materia!... Ficaria muito bem tambem a combinaçao SANTO ANTONIO DE CALAMBAU santo e indigena em perfeita uniao. Bonito não?

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Data: 29/01/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: COISA DE CALAMBAU -34

COLHEITA DO MILHO

Uma das épocas de maior alegria no meio rural era a da colheita. A razão dessa alegria é que a família veria o fruto do seu trabalho. Na colheita do milho, por exemplo, uma semana antes, o ambiente alegre na família já era notado: fazer ou reformar os balaios de taquara; limpar o paiol; verificar a esteira do carro de boi que transportaria o milho; chamar alguns companheiros para ajudar na colheita e tomar algumas outras providências.
É interessante como essa alegria contaminava toda a família. A dona de casa já comentava o que faria com o milho novo depois de seco: angu, broas, farinha, canjiquinha (sopa e seca),etc. Quando o milho estava verde foi a vez do mingau, do bolo e do bolinho, do milho cozido ou assado.
Uma coisa que o pequeno agricultor não admitia era comprar o milho e deixar de plantá-lo. Nada substituía a alegria de estar colhendo a sua roça, formando as bandeiras (montes); ver o carro de boi despejando o milho na porta do paiol , separar as espigas maiores para mostrar aos compadres, parentes e demais visitas; empilhar o milho no paiol. Havia, também, a reunião da família, à noite, para debulhar o milho que seria levado, na manhã seguinte, para o moinho d'água. No almoço, já seria servido o primeiro angu de milho novo.
As criações do terreiro (galinhas, patos, perus, marrecos, gansos, ) bem como os porcos e cabritos, já poderiam contar com uma maior quantidade de ração. As palhas serviriam para encher os colchões; acenderem o fogo de manhã; fazer petecas para os meninos; fazer vassouras para varrer o forno de barro, etc. O sabuco (sabugo) seria usado como combustível no fogão; para fazer brasas que seriam usadas no ferro de passar roupas; para os meninos brincarem de bois de carro, etc.
O agricultor já sabia o quanto era necessário de milho para as despesas da casa até a próxima colheita. A sobra era vendida para o comércio da cidade ou para a vizinhança. Nessa ocasião, se não tivesse um debulhador mecânico era costume arranjar um, emprestado, pois não dava para debulhar o milho, manualmente. O milho era soprado e embalado em sacas de 60 quilos, geralmente de algodão e costurado com uma agulha própria. O transporte para a cidade era feito no carro de boi ou em tropas.
Com a venda do milho, o dinheiro era empregado na compra de roupas e calçados, na aquisição de alguns animais para o terreiro e até para concretizar o sonho de uma viagem: Aparecida do Norte, Congonhas (Jubileu) e visitas a parentes de outras localidades.
A colheita de todos os cereais e de outros produtos agrícolas, sempre era motivo de alegria. A colheita do milho, no entanto, era a mais representativa do contexto social e familiar do nosso meio rural.
Por tudo isso, a cultura do milho era e talvez ainda seja considerada a de maior utilidade para as famílias do nosso meio rural.
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Dedico esta crônica ao meu amigo Sr. Helvécio da Silva Araujo, que conhece muito bem as labutas e alegrias do homem do campo.
Murilo Vidigal Carneiro

2012-01-27 09:12:32

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Data: 31/01/2012

De: Silvério Bastos Cristo

Assunto: Re:COISA DE CALAMBAU -34

Murilo, muito boa a lembrança sobre a colheita do milho. Tempos de muita saudade.
Você como um bom contador de histórias, poderia contar pra nós sobre uma lembrança que era marcante aí no Calambau. Eu saí daí muito novo mas estas lembranças pairam na minha cabeça. Conte-nos sobre a "consoada". Coisa de natal. Era bão di mais sô!!!
Abraços.

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Data: 05/02/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: Re:Re:COISA DE CALAMBAU -34

Olá Silvério! Vou lhe enviar por e-mail a crônica "Consoada", que foi publicada neste site no mês de dezembro.O meu abraço.

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Data: 18/01/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: LEMBRANÇAS DO RIO

LEMBRANÇAS DO RIO

Murilo Vidigal Carneiro

Para quem nasceu em Calambau, interior de Minas, o sonho acalentado era conhecer o Rio de
Janeiro.

Na década de 50, o nosso meio de comunicação com o mundo era através do rádio . E eram
as rádios do Rio que melhor penetravam nessa cidadezinha da zona da mata mineira. Por
meio delas, sabíamos da existência do Cristo Redentor, do Pão de Açúcar, das praias de
Copacabana, Ipanema, Leblon e várias outras. Das escolas de samba, do Maracanã, da Quinta
da Boa Vista e outras inúmeras atrações. No carnaval, chegavam até nós as revistas com as
letras das marchinhas carnavalescas: “Chiquita Bacana”, “Pirata da perna de pau”,”Estrela
Dalva”,”Papai Adão”,”Praça Onze”,”Taí” e várias outras. Aos domingos, após a "Hora do Pato",
programa de calouros da Rádio Nacional, a turma ficava na expectativa da transmissão dos
clássicos do Maracanã, também na Nacional, na voz de Jorge Cury. Todos sabíamos a escalação
dos "nossos" clubes cariocas. Havia um único torcedor do Bonsucesso . Este sabia tudo sobre
o seu time. Antônio Cordeiro comandava o programa "No mundo da bola”, noticiário esportivo
dos mais famosos.

Em 1957, quando tive a oportunidade de conhecer o Rio, fiquei deslumbrado com a realização
do meu sonho. Fiquei hospedado na casa do primo Feliciano, em Botafogo. Quando saí com o
meu primo para conhecer a cidade, achei que nem precisaria de cicerone, pois tudo o que eu
via era a confirmação do meu sonho. Quando passei pela praia de Copacabana, veio logo em
minha mente: "Copacabana, princesinha do mar...". Em Ipanema: "Olha que coisa mais linda,
mais cheia de graça..." Em Jacarepaguá: "Com chuva ou sem chuva eu vou pra lá..." Na Barra: "
Prá pic-nic na Barra da Tijuca, ou, prá fazer um programa no Joá, menina vai..”. Na Confeitaria
Colombo :" O velho na porta da Colombo, era um assombro sassaricando..." E por aí vai. Cada
ponto daquela Cidade Maravilhosa despertava em mim a lembrança de uma música ou de um
acontecimento histórico, político, cultural, esportivo e outros. Quando visitei o Convento dos
Beneditinos, tive a impressão que estava na porta do Céu... A Central do Brasil era a artéria
que jorrava o pessoal oriundo do emaranhado de veias formado pelos diversos subúrbios
cariocas. Todos vinham para o trabalho, estudo ou para resolverem algum problema na
cidade.

Além das belezas do Rio, fiquei encantado como o seu povo: alegre, brincalhão, acolhedor e
de bem com a vida. Nordestinos, mineiros e paulistas eram os principais alvos de suas piadas
alegres e bem boladas...

Rio, dos famosos teatros, museus, bibliotecas e famosas escolas. Por tudo isso, tenho orgulho
de ter nascido em um país cujo cartão postal é o nosso querido Rio de Janeiro.

Agora, me vem à mente aquela linda melodia: "Rio de Janeiro, gosto de você, gosto de quem
gosta deste céu, deste mar, desta gente feliz..."

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Data: 19/01/2012

De: Silvério Bastos Cristo

Assunto: Re:LEMBRANÇAS DO RIO

Amigo Murilo, como você eu também sou um apaixonado pelo Rio e por lá passo uns dias todo ano. Das andanças minha pelo Brasil, o Rio é o lugar que faço questão de voltar sempre (além da nossa Calambau)
Seu texto é primoroso. É assim mesmo que se sente toda pessoa que pela primeira vez vai ao Rio. As lembranças vêm à cabeça quando vamos vendo toda geografia do Rio.
Só uma pequena correção no texto. Quando você chegou a Ipanema, não lhe veio à cabeça o som de Garota de Ipanema, pois ela foi composta em 1962 e você foi em 1957. Estou certo ou não?
Não me leve a mal, é só uma pequena brincadeira. Um forte abraço.

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Data: 28/01/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: Re:Re:LEMBRANÇAS DO RIO

Olá Silvério! Realmente a música Garota de Ipanema foi composta pelos famosos compositores Tom e Vinícius em 1962.O autor do texto, por ser um admirador desta dupla,resolveu antecipar a sua criação por cinco anos...O fato ocorreu apenas com esta música.
Valeu! Um abraço.

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Data: 17/01/2012

De: TADEU CARNEIRO PEIXOTO

Assunto: POEMA

SOU!..



SOU O BERÇO QUE TE VIU NASCER
SOU O LAR QUE TE VIU CRESCER
SOU A TERRA QUE TE DEU O QUE COMER.
SOU UM LUGAR TRANQUILO,PEQUENINO
SOU OS TEUS SONHOS DE MENINO...
SOU OS BRAÇOS PARA TE ABRAÇAR
SOU AS MÃOS A TE CUMPRIMENTAR
SOU UM GRANDE CORAÇÃO CHEIO DE AMOR
S OU UM CANTEIRO CHEIO DE FLOR.
SOU O CRAVO,MAS, SOU TAMBEM UMA ROSA;
SOU A INSPIRAÇÃO DO POETA EM RIMA E PROSA.
SOU O MORRO ONDE ESTÁ A CRUZ FINCADA
SOU ESTA CRUZ,QUE DEFENDE O BEM
SOU O ESCUDO CONTRA O QUE É MÁU;
SOU SÒMENTE,TÃO SOMENTE,SEU PEQUENINO CALAMBAU...

TACAPE

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