Ser CALAMBAUENSE, é ter berço diferente! É recordar o passado, acreditar no futuro e viver o presente.


Contos, causos, poesias, pensamentos...

Data: 18/07/2013

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: LAMPEJOS DA JUVENTUDE

LAMPEJOS DA JUVENTUDE...


Lá já se vão cerca de 60 anos... Cenário: Fazenda Bahia
em Calambau. Férias de fim de ano, verão bravo, sol a
pique, janeiro. Adolescentes à procura de diversões. Passar
uma semana na fazenda do tio Zé Carneiro era o que todos
queriam.
Época de poucas porém saudáveis opções de lazer, andar a
cavalo para pegar o rebanho no pasto, nadar no Rio Piranga,
banhos de cachoeira, jogar “peladas” em campos de várzea.
O Muvica, de férias das aulas de Pinheiral (RJ), promovia todas elas.
Final de semana, domingo de manhã. O futebol era o
passatempo predileto mas necessitava de 11 para cada lado e
não era fácil conseguir entre primos e empreiteiros da
fazenda. Aí, entrava a criatividade do Muvica: vamos chamar
as meninas e completar os times. Assim, Murilo colocava em
campo Ilma,Neide, Ivone e a pequenina Maristela, já que Marília não
se interessava muito pelo esporte. Orientava-as para jogar na
defesa já que tinham pouca experiência de futebol. Era um
futebol misto: homens e mulheres, coisa raríssima de
acontecer até nos dias atuais. E, para animar mais o jogo o
Murilo já havia passado no armazém do Sérvulo e comprado
um vinho barbera docinho que era colocado em uma mina
para, ao final da partida, gelado, ser degustado pelos
jogadores, com prioridade para os vencedores. Assim era o
Muvica, animado, dinâmico e criativo. Além da iniciativa do
futebol feminino promovia jogos entre a USE e times das
cidades vizinhas. Certa vez, ele promoveu um jogo entre a
USE e o time do Roberto (Gantino) seu primo e amigo, e na ocasião deu mais
provas da sua liderança ao acirrar ânimos e levar a bom termo
a partida, além de preparar uma festinha de confraternização
regada a cerveja, pinga e refrigerantes, ao final do jogo. São
cenas como estas que mantêm o passado vivo em nossa
memória. E, são pessoas como o primo Murilo, as
responsáveis por estas saudáveis lembranças: pessoas que,
por onde passam, deixam um rastro luminoso como estrelas
que se deslocam no firmamento. O Muvica é dez!
Mas, como nada na vida ninguém é perfeito, o danado nunca tira
o galo da cabeça!

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Crônica escrita pelo primo e amigo Heitor, filho dos tios Zizinho Peixoto e Nininha.Agradeço ao Heitor as palavras de elogios à minha pessoa e as atribuo mais como fruto de sua delicadeza.
Calambau/,julho/ 2013


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