Ser CALAMBAUENSE, é ter berço diferente! É recordar o passado, acreditar no futuro e viver o presente.


Contos, causos, poesias, pensamentos...

Data: 18/01/2012

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: LEMBRANÇAS DO RIO

LEMBRANÇAS DO RIO

Murilo Vidigal Carneiro

Para quem nasceu em Calambau, interior de Minas, o sonho acalentado era conhecer o Rio de
Janeiro.

Na década de 50, o nosso meio de comunicação com o mundo era através do rádio . E eram
as rádios do Rio que melhor penetravam nessa cidadezinha da zona da mata mineira. Por
meio delas, sabíamos da existência do Cristo Redentor, do Pão de Açúcar, das praias de
Copacabana, Ipanema, Leblon e várias outras. Das escolas de samba, do Maracanã, da Quinta
da Boa Vista e outras inúmeras atrações. No carnaval, chegavam até nós as revistas com as
letras das marchinhas carnavalescas: “Chiquita Bacana”, “Pirata da perna de pau”,”Estrela
Dalva”,”Papai Adão”,”Praça Onze”,”Taí” e várias outras. Aos domingos, após a "Hora do Pato",
programa de calouros da Rádio Nacional, a turma ficava na expectativa da transmissão dos
clássicos do Maracanã, também na Nacional, na voz de Jorge Cury. Todos sabíamos a escalação
dos "nossos" clubes cariocas. Havia um único torcedor do Bonsucesso . Este sabia tudo sobre
o seu time. Antônio Cordeiro comandava o programa "No mundo da bola”, noticiário esportivo
dos mais famosos.

Em 1957, quando tive a oportunidade de conhecer o Rio, fiquei deslumbrado com a realização
do meu sonho. Fiquei hospedado na casa do primo Feliciano, em Botafogo. Quando saí com o
meu primo para conhecer a cidade, achei que nem precisaria de cicerone, pois tudo o que eu
via era a confirmação do meu sonho. Quando passei pela praia de Copacabana, veio logo em
minha mente: "Copacabana, princesinha do mar...". Em Ipanema: "Olha que coisa mais linda,
mais cheia de graça..." Em Jacarepaguá: "Com chuva ou sem chuva eu vou pra lá..." Na Barra: "
Prá pic-nic na Barra da Tijuca, ou, prá fazer um programa no Joá, menina vai..”. Na Confeitaria
Colombo :" O velho na porta da Colombo, era um assombro sassaricando..." E por aí vai. Cada
ponto daquela Cidade Maravilhosa despertava em mim a lembrança de uma música ou de um
acontecimento histórico, político, cultural, esportivo e outros. Quando visitei o Convento dos
Beneditinos, tive a impressão que estava na porta do Céu... A Central do Brasil era a artéria
que jorrava o pessoal oriundo do emaranhado de veias formado pelos diversos subúrbios
cariocas. Todos vinham para o trabalho, estudo ou para resolverem algum problema na
cidade.

Além das belezas do Rio, fiquei encantado como o seu povo: alegre, brincalhão, acolhedor e
de bem com a vida. Nordestinos, mineiros e paulistas eram os principais alvos de suas piadas
alegres e bem boladas...

Rio, dos famosos teatros, museus, bibliotecas e famosas escolas. Por tudo isso, tenho orgulho
de ter nascido em um país cujo cartão postal é o nosso querido Rio de Janeiro.

Agora, me vem à mente aquela linda melodia: "Rio de Janeiro, gosto de você, gosto de quem
gosta deste céu, deste mar, desta gente feliz..."


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