Contos, causos, poesias, pensamentos...
Data: 25/08/2012
De: Murilo Vidigal Carneiro
CAVALO DO .. BRANCO
Este fato aconteceu em uma cidade vizinha de Calambau. Poderia ser Senador Firmino, Piranga, Brás Pires, Paula Cândido, Porto Firme ou Senhora de Oliveira. Conto o milagre, mas não conto o Santo.
Nessa pequena cidade. Ôpa! vou tirar a "pequena" porque o Maurício, logo dirá: Piranga não é, porque Piranga é grande! amos de outra forma: Nessa cidade havia um fazendeiro que se gabava de possuir os melhores cavalos da região. Ninguém mais aguentava ouvi-lo elogiando os seus cavalos. Certa vez, correu notícia nessa cidade que, em Ubá, existia o melhor cavalo da zona da mata. Não é que o Sr.Benevides, assim era o nome do fazendeiro, resolveu ir até Ubá para comprar o cavalo? Foi lá umas três vezes e não conseguiu comprá-lo. Voltou para casa, vendeu dez vacas, apurou o dinheiro, voltou a Ubá e fechou o negócio. Trouxe o cavalo em um caminhão. Na chegada à cidade foi aquele foguetório.
Na manhã seguinte, ali pelas nove horas, o Sr. Benevides desfilou pela cidade no garboso alazão para alegria de uns poucos e tristeza da maioria dos habitantes daquela cidade. Todos os dias, era a mesma coisa: naquele horário, havia o desfile do cavalo pela cidade. No terço das dezoito horas, na missa aos domingos, nos batizados, casamentos, comícios ( ele era do PR), sempre estava o Benevides com o seu cavalo.
A população já não suportava mais as exibições do cavaleiro e do cavalo. O Conegundes, era o que mais sofria, pois sendo sua fazenda próxima à do Benevides, sempre que este ia à cidade, parava em sua casa, fingindo estar com sede, e aproveitava a ocasião para falar das "qualidades" do cavalo.
Em toda cidade existe determinada pessoa que vive calada, meditando e, sempre que convidada a opinar, emite opiniões sensatas. Era o caso do Honorato. Procurado pelo Conegundes, que lhe expôs o que estava acontecendo, o Honorato meditou um pouco e disse: -Olha Sr. Conegundes, o negócio é investigar o cavalo e verificar se ele tem algum defeito, alguma barda...Depois da descoberta é sair por aí espalhando o seu defeito.
Assim fez o Conegundes. Arranjou alguns verdadeiros 'investigadores' para descobrirem os defeitos do cavalo. Verificaram se ele era bom para deixar pegar; se era passarinheiro (esta é para deixar o pessoal da cidade encucado...); se era chegado às éguas (era inteiro); se dava garupa; se boleava, etc. Depois de um certo tempo, os "investigadores" desistiram. Não descobriram nada que desabonasse o cavalo do Benevides.
No final das contas, tudo voltou ao normal e ninguém mais se preocupou com o cavaleiro e o famoso cavalo, até que, certo dia, tendo o Conegundes ido à cidade em companhia de seu neto de seis anos, para fazer compras, eis que passa na rua o Benevides no seu cavalo. O Conegundes já estava entrando no mercado ( para os habitantes daquela cidade era supermercado...) quando o seu neto, que ficara na porta vendo o lindo cavalo, gritou para o seu avô:- Olha Vô, o cavalo do Sô Benevides tem o ... branco! O Conegundes mal acreditava no que o neto dizia. Correu para a porta do mercado a tempo de ver o cavalo com o rabo levantado e expelindo a última bola do seu bolo fecal, e ainda dando tempo de verificar a cor do seu ... A notícia se espalhou, de repente, por toda a cidade e região. O Sr.Benevides teve que vender o cavalo pois não aguentava mais o pessoal gritando:-Olha o cavalo do .. branco! Quando passava em frente à escola a meninada não perdoava.
Até hoje, o neto do Conegundes não sabe porque o seu avô lhe dera de presente uma bicicleta novinha, não sendo data de seu aniversário e nem natal. Logo ele, que era um “munheca de samambaia” !
E a cidade voltou ao ritmo normal.
Murilo Vidigal Carneiro.
Calambau , 04 de agosto de 2.012
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Data: 23/08/2012
De: Murilo Vidigal Carneiro
Cantos e Encantos
#CoisasDeCalambau
por: Murilo Carneiro
Que a nossa terra era tida como a "terra de grandes músicos" não temos a menor dúvida. No início da década de 50, possuíamos duas bandas de música, por sinal, excelentes. Antes, no início dos anos 30, existia uma grande banda na qual destacavam-se o maestro Domingos do Morro, Juca Iluminato, Zé Domingos e vários outros virtuoses. Nessa época, na inauguração do Fórum de Piranga, dentre as bandas presentes, a nossa foi a escolhida para executar o Hino Nacional, de acordo com o jornal "Cidade de Piranga", também da época.
Em 1950, fui aluno do Juca Iluminato (começou a avacalhação, irão dizer os meus ex colegas da Minascaixa...) e não consegui ir além da escala natural. Quando comecei na escala cromática, desisti de vez . Escala cromática ô Migliorini, é a escala formada por uma sucessão de semitons diatônicos e cromáticos. Entendeu? - Nem eu...
Voltemos às feras: vieram depois os não menos famosos: Amantino Diogo, Geraldino Diogo, José Marcelo, José de Lima, Totoni de Sá Emília, Zizinho Peixoto, Deíco (Adeícula), Aníbal e Elias Diogo, Chiquinho Ferreira, Olindo, Zé Diogo, Matias de Moura, Levindo Chagas, Raimundo Elói (que também foi maestro) e vários outros. O João de Moura, além de instrumentista, foi maestro de uma das bandas daqui , maestro da banda da Universidade de Viçosa e compositor (principalmente de dobrados). Pouco depois destes vieram: Geraldo Diogo, Dimas Diogo, Zinho Diogo, José Chagas, Efreim, Geraldo de Zé Manuel que fez parte da banda da PM de Belo Horizonte, Nonô de Felicano Fagundes, Juca de Tião Dentista e outros. A safra continuou e continua, atualmente, em marcha lenta. No violão, destacaram-se: Raimundo Elói, Zinho Diogo,Valtinho (também no cavaquinho), Bim de Bem-Bem, Tadeu Peixoto, Efreim e outros. O Zinho Diogo e o Efreim tocavam qualquer instrumento.O Aníbal de Crispim era muito bom no violino e o Inhô de Juca era o bom do bandolim. Essa era a nata da música local. Posso até ter me esquecido de alguns, mas esses eram os mais badalados.
Agora vamos ao outro lado. Embora não sendo músicos existiam aqueles "compositores" para as mais diversas situações. Antônio Paca, um chapa de caminhão, recebeu esta homenagem após ter roubado o galo de Tatá:
"Antônio Paca roubou o galo de Tatá!
Antônio Paca é Prefeito de Ubá !
Antônio Paca é Deputado Federá"
O Antônio podia ser prefeito ou deputado, mais que roubou o galo, roubou. Todos os rapazes do final da década de 50, assoviavam ou cantavam a música da letra acima.
Outra preciosidade nos foi deixada pelo Tuca França quando entrou na venda de Zé Diogo e pediu uma cachaça:
‘‘ô Zé Diogo
tô ficando jururu,
eu pedi foi Água Limpa
ocê me deu foi Tanjuru"
Ele estava se referindo às cachaças Água Limpa e Itajuru.
Na briga do PSD com o PR, um eleitor do PR que foi denunciado pela turma do PSD, cantou uma musiquinha com a seguinte letra:
"Lá na rua de baixo,
Lá na beira da horta,
A polícia me prende, ô lelê,
Zé de Castro me solta".
Zé de Castro era um delegado que protegia os perristas. Certa vez, chegou, aqui, um delegado e manifestou o desejo de criar porcos . Veja o que apareceu:
"Chegou o delegado
Querendo porcos engordá
O PR deu os leitões
O PSD o Fubá"
O Coreréu (Edson Sabino), um rapaz de muita amizade na cidade, foi tirar carteira de motorista em Ubá, recebeu por parte do Oto Dentista esta homenagem:
" Coreréu falou em Carteira
Foi em Ubá e ficou na barreira.
Perder mil cruzeiros não é brincadeira,
Coisa que não se acha no meio da poeira."
Quando o Zé Brazinho ganhou a eleição municipal, os seus eleitores cantavam:
" Eu vou chorar
Chorar baixinho,
O nosso Prefeito
Agora é o Zé Brazinho."
Na construção da ponte , pelo Prefeito do PR ,quando a obra parava por falta de verba o Oto Dentista vinha com esta:
"Vamos Sô Élio
Prá Belo Horizonte
Buscar dinheiro
Prá fazer a ponte".
O Pulichinha, irmão do tio Antônio Fogueteiro ,tocava trombone na banda de Sto. Antônio, participava dos teatros e tinha também a sua musiquinha particular:
Eu me chamo Pulichinha,
Sou amigo das meninas,
Eu não bebo mais cachaça
pois cachaça mata a gente...
Já falei com Sô Juquinha,
prá parar de fabricar,
esta água tão gostosa,
que faz a gente chorar...
O Sô Juquinha a que ele se refere é o Sô Juquinha da Água Limpa.
Também nessa época apareceu por aqui um violonista famoso, o Prof. Matos. Ele fez uma apresentação no salão que funcionava debaixo da antiga Casa Paroquial. Compôs várias músicas na base da bincadeira .Eu me recordo de uma:
"Entra homem, entra criança,
no buteco do Zé França.
Entra homem, entra muié
Lá na venda do Zezé ..."
O Zezé é o compadre Zé Fernandes. Em 1950 havia passado por aquí o famoso violonista e compositor Mozart Bicalho, que compôs a famosa valsa “CALAMBAU”, cantada e encantada pelos calambauenses de várias gerações.
O Zé Pinheiro, morador da zona rural do Bahia, muito devoto de Santo Antônio e eleitor de Ninico Carneiro, também tinha as suas rimas:
"Viva Antônio Quintão Carneiro e Santo Antônio que é o nosso padroeiro!".
Na folia de Reis, tínhamos:
"Senhora dona de casa,
abra a porta e acende a luz (bis)
Deus lhe pague a bela esmola
dada de bom coração (bis)"
Dos congados:
Ô sô Rei de crôa,
ô sô Rei croado,
o senhor me dá licença
d`eu entrá neste reinado."
No campo da U.S.E.,após uma vitória da União Sportiva Educacional, a torcida cantava:
"Junto à bandeira esportiva
de nossa amada União,
O nosso time se agita,
com viva voz e emoção.
Avante! avante, avante a lutar!
com bravura varonil,
para o bem da U.S.E.
e para a glória do Brasil!
A letra desse hino é de autoria da tia Lurdinha, mais precisamente, Maria de Lourdes Carneiro Peixoto e o autor da música é o Sr. José Maria Peixoto, o Zizinho Peixoto.
Essas foram algumas das músicas do cancioneiro local, cantadas em nossa cidade, principalmente, na década de 50 e princípio de 60. Existiam também as famosas serestas, mas aí é outra estória a ser contada posteriormente.
O nosso povo sempre foi muito ligado à música!
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Data: 12/10/2012
De: JOMACAN - VRB
Muito boas e saudosas lembranças!...Lembrei-me também do citado e grande músico de ouvido, o conhecido Zinho Diogo,(BIDIUCA p os + chegados) com quem tive também o prazer de conviver bastante e ouvir e participar de melodias/serestas e encontros nos botecos,batucadas,etc,nos bons tempos de Calambau,sempre acompanhado por seu inseparável e afinado violão.
Sempre nos intervalos e final ele entoava por essa,de sua autoria e acompanhada por todos:
SEGURA O BOI, SEGURA O BOI, SEGURA O BOI...
QUE A ONÇA QUER ME PEGAR(ai vinha os desafios repentinos,etc.)
E ele costumava fazer ainda um questionamento: pra que segurar o BOI se é a ONÇA que quer me pegar?Abs.
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Data: 16/08/2012
De: Diogo
O que seria do nosso presente, de nossa cultura e de nossa familia, se não fossem os nossos queridos antepassados, que tiraram e ao mesmo tempo deixaram todo o suor de suas vidas, nesta querida terra. Vivenciar hoje a nossa alegria de fazermos parte desta historia e tambem regressar a um passado não tão distante e agradecer a todos que fizeram e ainda fazem ecoar por toda parte a nossa querida PRESIDENTE BERNADES !!!
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Data: 10/10/2012
De: JOMACAN - VRB
Concordo com vc prezado Diogo porém, peço-lhe licença para acrescentar que: para se regressar na história e relembrar os nossos queridos antepassados, agradecendo à todos que fizeram e ainda fazem ecoar por toda parte a nossa querida, amada e hospitaleira terrinha, jamais poderemos omitir o seu pré-histórico,primitivo e imortal topônimo indígena " o Velho CALAMBAU".Este foi, é e sempre será o BERÇO querido e sublime de todos os seus verdadeiros e autênticos filhos.Ai sim, poderemos fazer justiça com a certeza de estarmos vivendo um presente compatível com a tradição de nossas famílias e com o espírito voltado unicamente para um legado Histórico CULTURAL e proveitoso a sua atual e à futura geração.Vc concorda?
'Ser CALAMBAUENSE é ter berço diferente...é reviver o passado, viver o presente e acreditar no futuro'."QUEM NÃO VALORIZA O SEU PASSADO, NÃO É DIGNO DE SUA EXISTÊNCIA".
Um abraço.
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Data: 11/10/2012
De: Geraldo
Concordo em numero, genero e grau pois Calambau sera sempre CALAMBAU, e ponto final.
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Data: 07/08/2012
De: zequinha
querendo ou nao piranga calambal e presidente ,lugar sossegado onde conheci meu amor o qual jamais esquecerei lembranças as familias quintao,vidigal; barros ,fernandes,correia do filho que nao esquece as raizes amem no meu amor nao tive exclusividade e do fundo do meu coraçao que santo antonio a proteja ao seu lado passei os melhores momentos de minha vida,calambal nunca esquecerei o ano de 1996 festa da cana estive ai e nao te vi ....
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Data: 01/08/2012
De: Murilo Vidigal Carneiro
FECHAR HOSPITAL?
Diz um velho ditado,
que "abrir escola é fechar prisão".
E fechar um hospital,
o que seria então?
x
Devemos respeitar
todos os nossos doentes,
a saúde é importante
para o bem de nossa gente.
x
Que o nosso hospital
não torne a ser fechado,
e o povo agradecido
dirá um "muito obrigado!"
xxx
Responder
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Data: 01/08/2012
De: Murilo Vidigal Carneiro
DITADOS MAIS USADOS EM NOSSA REGIÃO
1) Barriga cheia? Goiaba tem bicho...
Quando estamos com fome comemos o que aparece. Com a barriga cheia, escolhemos.
2) Como dizia o Sr. Juca Quintão: -Tempo de chuva, todo sinal é de chuva...
3) Macaco é Tio Antônio...
Quando alguém está desconfiado de alguma coisa. Muita gente achava que este ditado só era conhecido na região. No Rio, principalmente, é muito conhecido. O comentarista esportivo da Rádio Globo, Afonso Soares, usava muito este ditado.
4) Você veio com o milho e eu já estou com o fubá...
Quando queremos contar uma novidade e a outra pessoa já sabe.
5) Pingo d’água na folha de inhame.
Quando nos referimos a uma coisa bonita.
6) Se galinha é de casa, não se corre atrás.
7) Ao cavalo dado não se repara a idade.
Não se deve procurar defeito em presente recebido .
8) Galinha que canta é a que bota...
9) Céu cavado? Chão molhado.
Quando no céu aparece um amontoado de pequenas nuvens parecendo terra cavada, é sinal de chuva.
10) Bate na cangalha para o burro entender...
Quando dizemos alguma coisa a alguém , embora o alvo seja outra pessoa.
11) Com açúcar até jiló é doce
12) Macaco velho não põe a mão na cumbuca.
As pessoas idosas são mais experientes e não se arriscam facilmente.
13) Cão que ladra não morde...
Quem fala muito, nada faz.
14) Cavalo velho não pega andadura.
15) Quem não tem cão, caça com gato.
16) Casa de ferreiro, espeto de pau.
17) Antes de chover passarinho bebeu água.
O mesmo significado do nº4
18) Quem cala, consente.
19) Devagar se vai ao longe...
20) Quem tem boca vai a Roma.
21) Não caia antes de ser empurrado.
22) Ser pedra é fácil, difícil é ser vidraça.
23) Quem esparrama espinhos não deve andar descalço.
Estes são alguns dos “ditados” muito usados na região.
É apenas uma amostra, pois muitos outros são usados no nosso dia a dia.
No caso do nº 20, dizem que o correto seria: Quem tem boca vaia (de vaiar) Roma.
No 15, o correto seria: Quem não tem cão caça como gato, isto é, sozinho...
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Murilo Vidigal Carneiro - CALAMBAU/julho/2012
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Data: 17/07/2012
De: Murilo Vidigal Carneiro
Falar sobre Cacau é fácil, principalmente, para aqueles que o conheceram.
Homem simples , esteve sempre presente nas diversas atividades de nosso município. Cacau nasceu no dia 05 de novembro de 1.905, na Fazenda Boa Esperança, em Calambau. Era filho de José Manoel de Araújo Quintão e de Dona Isabel Soares Quintão.
Na Igreja, na assistência à saúde, na política, na educação, na pacificação, em qualquer circunstância, estava sempre presente.
Como diz o ditado: "ao lado de um grande homem existe sempre uma grande mulher". Com Cacau era o que acontecia. A sua esposa Dona Pergentina Romualdo Quintão, sempre o acompanhava em suas atividades. Daí, esta homenagem ser estendida também a ela. Como dirigentes da Associação Social Sagrada Família, fundada em 25/08/50, desenvolveram em nosso município, várias campanhas comunitárias: No Lactário Sagrada Família, distribuíam o leite em pó para as famílias carentes. Na Campanha do Filtro, foram distribuídos centenas de filtros para as famílias da zona rural. Na Escola de Corte e Costura, a aquisição de máquinas de costura para as famílias menos favorecidas. Distribuíam, também, medicamentos, roupas e agasalhos.
Como Juiz de Paz , o Cacau procurou trabalhar sempre conciliando as partes conflitantes. Nomeado pelo Arcebispo de Mariana, Dom Oscar de Oliveira, foi o primeiro ministro da Eucaristia de nossa paróquia, ajudando muito o pároco em suas atividades. Através do amigo e parente Arthur Quintão Vidigal, que era membro da Legião Brasileira de Assistência, conseguia auxílios para a Associação que administrava. A Associação de Caridade São José, de Nova Era, através de Pedro Maciel Vidigal e de Dona Ruth Guerra Vidigal , sua esposa, doou à Associação administrada por Cacau e Dona Pergentina um prédio escolar que hoje está alugado para a Prefeitura e onde funcionam a APAE e a Escola Municipal Pe.Chiquinho.
Sobre Cacau, o historiador Pedro Maciel Vidigal, seu dileto amigo, assim se expressou em seu livro Os Antepassados- I Volume- A sua terra :" Graças a sua capacidade de trabalho e a seus profundos sentimentos religiosos, a Assistência Social Sagrada Família tem podido realizar em nosso município muitas obras de alto interesse para a comunidade. Entre elas se destacam a proteção à maternidade e à infância; a campanha a favor de uma horta, um filtro e uma fossa na zona rural, entre as famílias carentes de muitas cousas ou de tudo; o tratamento dos enfermos em estado de miséria, através de medicamentos e de internação nos hospitais de Ubá e de Senador Firmino; o interesse pelo ensino de primeiro grau aos meninos e aos jovens.
Sua abençoada existência é a prova de que a superioridade do homem vem da bondade, da caridade... prova também que " não há sonho mais nobre que o da grande fraternidade humana". Ainda, o Padre Pedro: "Homem de fé profunda, Cacau é um apóstolo. Para alguém ser apóstolo não necessita de fórmulas. Só um código lhe é recomendado: o Evangelho. E só um lema é aconselhado: a bondade."
Por tudo isso, o senhor Cacau é merecedor desta homenagem que a comunidade agradecida lhe presta, dando o nome de Carlos Soares Quintão a este Centro de Referência de Assistência Social-CRAS . A Associação Social Sagrada Família, hoje é presidida por uma sobrinha do Cacau, A Srta. Maria Aparecida Quintão, a Cidinha, que também mantém o foco desta Associação direcionado ao bem estar social das famílias carentes de nosso município..
Um fato marcante aconteceu no dia do sepultamento do Sr.Cacau: No momento em que o féretro saía da Igreja, um grupo de pessoas que estava no coro , liderado pela Sra. Maria do Perpétuo Socorro Fernandes Peixoto, a Corrinha de Zé Fernandes, entoava a música " Mãos que oferecem rosas" e lançava pétalas de rosas sobre o seu caixão. De fato, as mãos do Cacau estavam perfumadas pelas rosas que ele ofereceu a todos no decorrer de sua existência.
De parabéns estão os familiares de Carlos Soares Quintão pela homenagem que ora lhe é prestada, especialmente os seus filhos: José, Maria do Carmo, Tarcísio, Maria José, Ozanam e Maria Margarida, pois tiveram um pai que no dizer do poeta: "Passou pela vida e viveu".
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