Ser CALAMBAUENSE, é ter berço diferente! É recordar o passado, acreditar no futuro e viver o presente.


Contos e causos de Presidente Bernardes

Este espaço foi criado para descobrirmos "tesouros da Literatura" de Presidente Bernardes, pessoas que têm o dom de encantar as outras com suas palavras; palavras na qual embaralhadas umas nas outras tranformam - se em singelas frases, que muitas vezes tocam não só nosso coração mas também nossa mente e que nos faz refletir as maravilhas guardadas nessa cidade maravilhosa.

Aqui você pode escrever, inventar e postar poesias, crônicas, memórias antigas que estão guardadas em sua mente loucas para serem do conhecimento de todos, aqui o espaço é seu...

 

"...Quando alguém encontrar seu caminho, não pode ter medo. Precisa ter coragem suficiente para dar passos errados.

As decepções, as derrotas, o desânimo são as ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada".
                                                                                                                                          


Contos, causos, poesias, pensamentos...

Data: 18/07/2013

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: LAMPEJOS DA JUVENTUDE

LAMPEJOS DA JUVENTUDE...


Lá já se vão cerca de 60 anos... Cenário: Fazenda Bahia
em Calambau. Férias de fim de ano, verão bravo, sol a
pique, janeiro. Adolescentes à procura de diversões. Passar
uma semana na fazenda do tio Zé Carneiro era o que todos
queriam.
Época de poucas porém saudáveis opções de lazer, andar a
cavalo para pegar o rebanho no pasto, nadar no Rio Piranga,
banhos de cachoeira, jogar “peladas” em campos de várzea.
O Muvica, de férias das aulas de Pinheiral (RJ), promovia todas elas.
Final de semana, domingo de manhã. O futebol era o
passatempo predileto mas necessitava de 11 para cada lado e
não era fácil conseguir entre primos e empreiteiros da
fazenda. Aí, entrava a criatividade do Muvica: vamos chamar
as meninas e completar os times. Assim, Murilo colocava em
campo Ilma,Neide, Ivone e a pequenina Maristela, já que Marília não
se interessava muito pelo esporte. Orientava-as para jogar na
defesa já que tinham pouca experiência de futebol. Era um
futebol misto: homens e mulheres, coisa raríssima de
acontecer até nos dias atuais. E, para animar mais o jogo o
Murilo já havia passado no armazém do Sérvulo e comprado
um vinho barbera docinho que era colocado em uma mina
para, ao final da partida, gelado, ser degustado pelos
jogadores, com prioridade para os vencedores. Assim era o
Muvica, animado, dinâmico e criativo. Além da iniciativa do
futebol feminino promovia jogos entre a USE e times das
cidades vizinhas. Certa vez, ele promoveu um jogo entre a
USE e o time do Roberto (Gantino) seu primo e amigo, e na ocasião deu mais
provas da sua liderança ao acirrar ânimos e levar a bom termo
a partida, além de preparar uma festinha de confraternização
regada a cerveja, pinga e refrigerantes, ao final do jogo. São
cenas como estas que mantêm o passado vivo em nossa
memória. E, são pessoas como o primo Murilo, as
responsáveis por estas saudáveis lembranças: pessoas que,
por onde passam, deixam um rastro luminoso como estrelas
que se deslocam no firmamento. O Muvica é dez!
Mas, como nada na vida ninguém é perfeito, o danado nunca tira
o galo da cabeça!

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Crônica escrita pelo primo e amigo Heitor, filho dos tios Zizinho Peixoto e Nininha.Agradeço ao Heitor as palavras de elogios à minha pessoa e as atribuo mais como fruto de sua delicadeza.
Calambau/,julho/ 2013

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Data: 11/07/2013

De: Carminha de zé Luquinha do Baia

Assunto: Saudades de Calambau

Murilo como está a família você não imagina como eu sinto saudades dai desta cidades de Calambau onde eu estudei e aprendi muitas coisas com sua mãe ,dona Ilma a quem eu tenho tantas saudades eu amo esta minha terra gostaria muito de estar ai na festa da cana mas infelizmente tive um problema serio de saúde e tive que fazer uma cirurgia e estou me recuperando mas o ano que vem eu vou se Deus quiser . Diga a toda sua família que eu mando um abraço.meu endereço eletrônico é:carminha_ssilva@hotmail.com Cuide bem desta nossa cidade um abraço de meu e de toda minha família.

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Data: 05/07/2013

De: Quintão, F.P.

Assunto: O que é ser calambauense

O que é ser calambauense (por um quase-calambauense)

Outro dia mesmo, numa dessas madrugadas mornas de janeiro, eu estive pensando no que é ser calambauense. Tudo bem que isso é um estado de espírito (e portanto inconceituável), mas não custa nada tentar descrever esse estado; longe de mim querer montar uma retórica sobre este assunto, principalmente porque nunca fui letrado nessas ciências humanas de Voltaire, Durkheim e outros desta mesma casaca. Essa é apenas a descrição feita por alguém que vive em constante busca por esse estado de espírito e que obtém muito prazer nos raros momentos em que o encontra. Vamos lá então.

Primeiro, e antes de qualquer outra coisa, você tem que ter o Bar de Hugo como o seu objetivo de chegada, sempre. Se você não vai ao Hugo, por ideologia ou alguma idiossincrasia besta, então me desculpe, mas você não é um calambauense legítimo. O Bar de Hugo está para o calambauense assim como a Praça Vermelha está para o moscovita, ou a Torre Eifell para os habitantes de Paris. Isso não impede que você frequente outros bares; esse da esquina da sua casa talvez até tenha uma cerveja mais gelada, mas aposto que ele não tem o cheiro de Calambau. Uma visita ao Bar de Biri também é fortemente recomendável.

Segundo: você tem que ter ido a uma festa de casamento no Ginásio. Se você nunca foi, seu título pode ser caçado. Nesse caso, é no mínimo obrigatório que você já tenha ido a uma festa de casamento na roça (com direito a macarrão com pato, macarronada, tutu e leitoa - se não havia alguns destes pratos, sinto muito...).

Você também já deve ter ido a uma festa na casa de Zé Fernandes, de preferência em alguma organizada no terreiro lá atrás (com comida feita no fogão à lenha que lá se encontra). Se você nunca foi, meus pêsames: não é calambauense. “Bater paiada" no dia seguinte também conta muito pro currículo.

Se você nunca voltou “da rua debaixo” numa madrugada, e passou pela “rua nova”, então não tem jeito. Por outro lado, se você voltou, e ainda por cima estava embriagado, então ganhou pontos extras. Se você nunca foi ao Morro do Pito numa procissão, então a coisa complica. Você devia ter ido e ainda por cima ter levado uma vela para ir queimando sua mão no meio do caminho (sim, qualquer honraria só é obtida com um respectivo sacrifício). Na volta você acompanhou a jogada do Judas de cima da ponte (caso contrário foi tudo por água abaixo...).

Além disso, você deve ter pulado Carnaval no salão da USE. Se não o fez, não é calambauense de maneira alguma. Se o fez em outro salão, então ... você também tem que ter saído no Carnaval da Mamona, e deve participar de quaisquer outros eventos cívico-culturais que por ventura sejam organizados sob o mesmo caráter.

Pelo menos em mais da metade das suas férias de julho você tem que ter ido para a Festa da Cana. Você passa o ano inteiro esperando a festa, e não troca esta viagem nem mesmo por uma ida à praia. Se você foi à festa, mas não comprou-ou-arrumou-ou-roubou um copinho, então nada feito ... Nos dias da festa você sempre torce pra fazer mais frio do que no ano anterior. Você está sempre por dentro das cachaças que concorrem ao título, e sempre procura os amigos para enfrentar a fila na barraca de distribuição. Você só volta pra casa depois que quase todo mundo já foi, e geralmente senta-se no chão com o pessoal para ficar batendo papo e tirar o doce das canelas. Você fica em calambau até à segunda-feira esperando a festa da Ressaca (e participa desta). Levanta a vai pro Hugo ouvir samba e rebater a ressaca dos 3 (ou mais) dias. Se você não gosta da festa da Ressaca, é uma pena... perdera a chance de ser um calambauense.

Existem obviamente outras obrigações a você calambauense. Você tem que conhecer a “Trem das Onze" do Adoniram, senão sinto muito, mas não pode ser... você já deve ter vagabundado pelas ruas com algum outro companheiro entoando alguma canção de homenagem ao Calambau. Você já foi ao Cruzeiro para tomar cerveja la em cima (só vale se você foi e voltou pela trilha). Você também já deve ter experimentado da maravilhosa especiaria composta por cachaça e algum refrigerante de qualidade duvidosa (se for algum refrigerante de multinacional não adiantou nada); se o copo em que provara foi o do 1° Festival da Cachaça, então você manterá a faixa de calambauense; caso contrário...

Se quando você era novo você não se aventurou a descer “o morro” (aquele de terra perto do grupo), então você pisou na bola (por falar em bola alguma vez você pulou o muro do grupo pra bater uma pelada lá com a galera?). Você também tem que ter visto o “Pereira" ou o boi-bumbá. Se você teve a honra de ser convidado para a Festa dos França, mas não caiu no barro, então perdeu a chance de se batizar calambauense. Dormir sob o sereno da noite no banco da praça também vale muitos pontos... Ficarei aliviado se você disser que já leu algum exemplar do “Cê sabia?”.

Descer o rio de bote ou de bóia, nadar na pedra, ter ficado preso na cidade pelo menos uma vez por causa da enchente. Voltar de madrugada de algum sítio da região após um pagode com muita cachaça (se você estava a pé e as condições pluviométricas eram longe das ideais, meus parabéns); ter a camisa de alguma festa da cidade, ser conhecido por “Calambau" entre os amigos da escola e do trabalho. Só comer feijão-preto (feito em panela de pedra), já ter pescado lambari, trazer cachaça para os amigos da sua cidade ...

Se o seu carro nunca atolou no barro então você não é calambauense. Da próxima vez faça o favor de direcionar o seu automotor para um atoleiro, a fim de que o mesmo fique agarrado na lama. Em seguida você tem que ficar pelo menos uma meia-hora tentando tirar o carro do barro (menos de meia-hora é pouco). Se seu carro já perdeu o cano de descarga na estrada de Piranga, então ótimo, você já é quase um calambauense legítimo; caso contrário, você está vindo pouco a sua terra natal, então por favor compareça nos próximos finais de semana livres.

Ir de Belo Horizonte para Calambau sem fazer paradas é uma heresia. O herege deve aprender que se deve parar no Bar do Seu Jair, em Itaverava, para provar, no mínimo, um pastel de queijo (não se deve fazer desfeita). Os não-motoristas já podem aproveitar e pedir uma Brahma gelada. Obviamente a viagem por outros caminhos apresenta os seus respectivos pit-stops, que devem ser respeitados por todo e qualquer calambauense (diz a lenda que nas viagens para Ubá havia uma parada em que se comia pão com linguiça).

Por fim, você deve em todos os momentos carregar a sua cidade no coração e na mente. Para o coração, você pode usar uma camisa, ou ter um retrato ou um adesivo sempre por perto.
Para a mente, um boné! USE na cabeça!

Quintão, F.P,
Janeiro/Fevereiro, 2004

(Deliciosa crônica escrita por um jovem filhos de calambauenses e residente em BH)

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Data: 20/06/2013

De: JCB de Belo Horizonte

Assunto: OS 3 JOÃO BATISTA

JCB de Belo Horizonte escreveu: 139
E-Mail
Para o Murilo Vidigal (quanto tempo não o vejo), de autoria do Mestre Leite em homenagem a Sao joão

OS 3 JOÃO BATISTA

Meu São João qui aligria,
Quano chega o seu dia
O Arraiá fica animado!
Os povo de rôpa nova
Cantadô perpara as trova
Tudo fica inbanderado.

E chegano o dia intêro
Vem os cabôco brejêro
Cum as fia na garupa;
Chega famia intêra,
E nos pé de gamelêra
A gentama se agrupa.

Na iscada da igreja,
Amuntôa as sertaneja
Das face tudo rosada. ..
Cuns cabelo chêi de frô
Vistida de toda cô
Cada quá mais infeitada.

Na budega do Camilo
Cabôco de todo istilo
Vistido de riscadão,
Fica ali de bebedêra
Uns sentado nas cadêra
Outros inrriba do barcão.

Nas rua os fazendêro
Qui são bão cavalêro
Amostra seus animá. . .
E nas ***** marchadêra
Corre as ruas intêra
Qué pros povo adimirá.

No corêto da pracinha,
Fica ali as cabocrinha
Veno os moço de fóra!
E cum medo de chegá
Pros povo ali num falá
Só de longe qui namora.

Lá na porta do iscrivão
É donde sortá os balão
In menage ao padroêro!
E os fuguête, as bombinha
É sortado na pracinha
Pelo Juca fuguetêro. . .

Toda festa de São João
É assim essa animação.
Gente quiné brincadêra!
Lá na Rua do Rusaro,
É uma beleza de claro
Cada porta uma foguêra.

Nos festejo do São João
Tem muita namoração
Tuliça dessas festança. . .
Cumigo assim cunteceu,
Brincano São João me deu
Uma cabôca criança!

Dessa hora pro diente,
Nóis fiquemo infruente
Eu tava bem incrinado!
E foi nessa brincadêra
Ali perto da foguêra
Qui fiquemo namorado. . .

A nutiça se ispaiô,
Qui cum pôco os moradô
Já sabia no Arraiá.
Quano foi no fim do ano
Nóis já tava aperparano
Pro nôtro São João se casá.

Na noite do ôtro São João
Fizemo nossa união
Deixava de sê soltêro. . .
E eu fiquei tão contente
De ganhá esse presente
De São João meu padroêro.

Ela tava uns amô,
De véu, grinarda e frô
Quinem a santa do artá!
Quano de lá nóis vortava,
Paricia qêu levava
A fricidade do Arraiá.

E já lá vai prá trêis ano,
Qui nóis tamo festejano
Aquela filiz união. . .
Sou um cabôcro filiz,
Pruquê o amô qui eu quiz
Veye no meu coração!

Sô devoto de São João
E adoro de coração
Este santo milagroso!
Foi ele quem iscuiêu
O amô qui hoje é meu!. . .
Perdão se tô orguiôzo. . .

Nesse São compretô,
O tercêro qui vancê mandô
Qui é trêis minino home:
JOÂO BATISTA "PREMÊRO"
JOÂO BATISTA "SIGUNDO"
JOÂO BATISTA "TERCÊRO"
Foi in lovô a seu nome.

São João vancê pode crê;
Todos qui aqui chegá,
Recebe o nome de vancê.

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Data: 13/06/2013

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: DESCANSO DO GUERREIRO

O Descanso do Guerreiro
#CoisasDeCalambau
por: Murilo Carneiro

Antônio Quintão Carneiro, Ninico Carneiro, nasceu na Fazenda Seringa no dia 03 de março de 1929. Filho de José Maria Carneiro e Maria Raimunda Peixoto Q. Carneiro, sendo seus irmãos: Maria de Lourdes, José Carneiro, Maria do Rosário, Geraldo Magela, João Batista, Ana, Maria do Perpétuo Socorro (Irmã Esperança), Maria do Carmo, Joaquim, Cormaria , Maria Teresa e Maria das Dores. Criado na roça, desfrutava da beleza do local emoldurado pelo rio Piranga. De família católica, quase todos os domingos vinha com os seus pais às missas dominicais na então Vila de Calambau ,distrito de Piranga, a vinte e dois quilômetros da fazenda. Vinham a cavalo.

Quando atingiu a idade escolar, veio para a Vila frequentar as Escolas Reunidas Cônego Francisco Lopes, onde foi aluno de sua irmã Maria de Lourdes Carneiro Peixoto, a Dona Lourdes, que tornou-se uma das diretoras mais queridas e atuantes daquele estabelecimento.

Terminado o curso primário fez o ginasial no Colégio São José, em Ubá. De Ubá foi para a Universidade Rural , hoje Universidade Federal de Viçosa, onde fez o Curso de Técnico Agrícola. Voltando para a fazenda Seringa, fundou a Granja SantaTerezinha em um sítio anexo à fazenda. Nessa época, casou-se com Maria da Glória Guimarães Carneiro, a Dona Glorinha. Desta união nasceram os filhos: Toninho, Zé Maria, Lucinha, Goretti, e Ana Elisa.

Na Granja Santa Terezinha, Ninico foi o pioneiro na produção de milho híbrido na região: o famoso milho 3B (bom,bonito e barato).

Depois de um certo tempo de atividade na zona rural, foi procurado por alguns amigos da cidade para chefiar a política local. Ninico tinha o perfil do líder que a comunidade precisava: jovem, inteligente, bom caráter e disposto a exercer a política como um instrumento para a realização do bem comum. Ninico aceitou o desafio e, logo em seguida, foi eleito Vereador à Câmara Municipal de Piranga, pois Calambau ainda era distrito daquele município. Em Piranga, foi eleito Presidente da Câmara Municipal, cargo que exerceu com brilhantismo e pelo qual foi, recentemente, homenageado naquela Câmara Municipal.

A partir de 1952, liderou com o Padre José Nicomedes Grossi o movimento para emancipação de nosso município. Obtida a emancipação, o guerreiro Ninico, usando a política como instrumento de promoção do bem comum, construiu toda a base para o desenvolvimento do município, do qual foi prefeito por três vezes. Dizer dos melhoramentos feitos pelo Ninico, em nosso município, demandaria um relato mais extenso. Todas suas obras estão imortalizadas nos diversos livros do escritor, humanista e historiador Pedro Maciel Vidigal, seu dileto amigo.

Além das atividades político-administrativas, Ninico participou, ativamente, da vida social de nossa cidade:

-Presidente da União Sportiva Educacional - U.S.E.- tradicional clube de futebol local.

-Membro da primeira turma de cursilhistas de nossa Paróquia, da qual também foi Ministro da Eucaristia .

-Garimpeiro e artesão- o seu trabalho na confecção de quadros com pedras semipreciosas, ajudado pela sua esposa Dona Glória foi reconhecido no Brasil e no exterior. Um de seus quadros foi oferecido ao Papa João Paulo II e ao Príncipe Charles da Inglaterra.

-Comerciante- administrou uma loja de armarinhos e presentes, loja anexa à sua residência.

-Professor no antigo Ginásio Municipal Santo Antônio.

-Fundador, Diretor e Redator dos Jornais “A Verdade” e “Alerta”.

-Ator de teatro - participou de várias peças teatrais em nossa cidade.

- Excelente orador.

Muitas outras atividades foram exercidas pelo Sr. Antônio Quintão Carneiro, o tio Ninico Carneiro, que não passou pela vida “em brancas nuvens...” como disse o poeta Francisco Otaviano. Ele passou, sim, pela vida e VIVEU!

O nosso Padroeiro e Protetor Santo Antônio já o recebeu na Casa do Pai e, juntos, de lá, vislumbrarão os festejos da próxima quinta-feira, ocasião em que homenagearemos o nosso Padroeiro.

A nossa comunidade lembrará, sempre, do “Sô Antônio” (como muitos o chamavam) por tudo que fez por ela.

Descanse em Paz grande Guerreiro!

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Data: 10/06/2013

De: cristiano a. Goulart

Assunto: festa da cachaça 2013

ola,murilo tudo bem?sou um grande fã da festa da cana,gostaria de saber se vc sabe da programação desse ano,sou de barbacena sempre que posso vou aí,pois tenho raízes,adoro o povo dessa terra querida desde já agradeço,um abraço Deus abencoe.

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Data: 17/06/2013

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: Re:festa da cachaça 2013

Oi Cristiano. Até o momento o que se sabe é a data da realização da festa, que vai de 19 a 21 de julho. Quanto a programação ainda não foi divulgada. Quando sair vc poderá acessar este site ou então o calambaunet. Ambos publicarão toda a programação.Um abraço.

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Data: 03/07/2013

De: idamariaboss@hotmaail.com

Assunto: Re:festa da cachaça 2013

Está se aproximando a grande festa da cana no municipio de Calambau/ Presidente Bernardes - MG.
A festa reuni todos os produtores, consumidores e simpatizantes de cachaça.
Este ano, a festa acontecerá nos dias 23 a 25 de julho.
Em breve informaremos a programação de shows e atrações da festa.

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Data: 07/06/2013

De: Murilo Vidigal Carneiro

Assunto: TEATRO EM CALAMBAU

TEATRO EM CALAMBAU



A comunidade calambauense sempre gostou de teatro. Antes da década de 40, o pessoal já fazia suas apresentações. A partir daí, com a chegada do Pe. Grossi, que assumiu a nossa paróquia em substituição ao Padre Chiquinho, o teatro teve um grande impulso.

Naqueles bons tempos, teatro e futebol sempre caminharam juntos. Quando o time de futebol saía para jogar nas cidades vizinhas, muitas vezes, era acompanhado pelo grupo teatral. A turma do teatro viajava na véspera da exibição que acontecia no sábado à noite e, algumas vezes, com reprise na noite de domingo.

Com a fundação da União Sportiva Educacional- U.S.E., em 1940, atletas e atores teatrais passaram a pertencer a essa agremiação. Quando o time da U.S.E saía para jogar em Piranga, Porto Firme, Brás Pires, Cipotânea, Capela Nova, Rio Espera, Senhora de Oliveira, Senador Firmino e, principalmente, Guaraciaba, a equipe teatral o acompanhava. Todos íam a cavalo . Se algum integrante da comitiva não tivesse o animal, a turma fazia uma vaquinha para alugá-lo.

O que incentivava essas apresentações nas diversas cidades eram os seus párocos nascidos em Calambau ou ligados à nossa cidade por laços familiares. Os párocos eram os grandes incentivadores do teatro em suas paróquias. O Pe. Grossi, de Cipotânea, sempre conseguia levar as turmas do teatro e do futebol a se exibirem por lá. O Pe. Dimas era pároco em Guaraciaba mas sua família era daqui. O mesmo acontecia com o Padre Francisco Fernandes, pároco de Rio Espera. Os demais párocos tinham alguma afinidade com os calambauenses.

Calambau recebia, também, os grupos teatrais daquelas cidades. Recordo-me da turma de Piranga, que aqui apresentou a comédia “O Dr. sabe tudo” de autoria do piranguense Sr. Reri. Nessa comédia o elenco era formado pelo próprio autor, pelo Napoleão Reis e outros atores dos quais não me lembro os nomes. O Sr. Reri escreveu várias peças teatrais. Cheguei a ler algumas que ele me emprestou. Por ser correntista da Minascaixa, empresa da qual eu era gerente, aqui em Calambau, eu sempre mantinha contato com ele. Resta ao super Marco de Nilo descobrir por onde andam esses trabalhos do Sr. Reri.

Lembro-me, ainda, de duas apresentações da turma do Seminário de Mariana que aqui fez grande sucesso.

Na área, atrás do prédio da Prefeitura velha, o Padre Grossi construiu um galpão com cobertura de sapé, um palco, e ali eram apresentadas as sessões teatrais de Calambau. Nos intervalos, o Padre arriscava algumas valsas no bandolim, acompanhado pelo Raimundo Elói no violão e o Inhô de Juca no bandolim. À meia noite ele avisava: - já é meia noite, quem for comungar, amanhã, não pode mais comer!

No local do teatro eram exibidas, também, peças infantis apresentadas pelos alunos das Escolas Reunidas Cônego Francisco Lopes, cuja diretora era a Professora Maria de Lourdes Carneiro Peixoto, a tia Lourdinha. Lembro-me das apresentações das peças Branca de Neve e os Sete Anões, e Chapeuzinho Vermelho. Dona Lourdes fazia as roupas dos personagens que encantavam a todos pela sua beleza e originalidade. A Professora Dona Pergentina Romualdo Quintão, também foi grande incentivadora do teatro local, tendo muitas vezes trabalhado em parceria com a Dona Lourdes. Outras professoras também dedicaram-se ao teatro na escola, destacando-se as professoras : Dona Aparecida Quintão (Aparecida de Ricardo), Dona Ignez de Carvalho Vidigal, Dona Rita Fernandes Vidigal e outras.

No início da década de 50, duas irmãs, a Tita Diogo e sua irmã Nenem, sempre apresentavam um número musical. Uma delas, se vestia de homem, formando um casal caipira, e cantavam a música Sinhá Marica e Sô Zé Coral. Nessa década, os homens, raramente, se apresentavam no teatro. Quando a peça requeria um homem, este era substituído por uma mulher em traje masculino. Antes ou depois das peças, eram apresentados “bailados” de moças ou meninas.

Fez muito sucesso, no teatro local, a peça “Garcia Moreno” que contava a vida do Presidente do Equador, nascido em 24/12/1821 e assassinado em 06/08/1875. Garcia Moreno foi Presidente por duas vezes. Foi assassinado no segundo mandato após ser eleito para o terceiro. Na sua administração, o Equador se tornou líder nos campos das ciências e alta educação na América Latina. Garcia Moreno foi, brilhantemente, interpretado nessa peça por Antônio Quintão Carneiro (Ninico Carneiro). Outra peça de sucesso foi “Mártir do Dever”, um drama em cinco atos, que conta a vida de um Padre que, também, foi assassinado em defesa da fé. Outros dramas, também, foram apresentados : “O Filho Pródigo” e “O Segredo do Padre Jeremias”. No drama “O Filho Pródigo” atuaram Silvério Vidigal, Valdivino Apolinário e outros.

Naquela época, em nossa acidade, os atores eram quase sempre as mesmas pessoas: Ninico Carneiro, Zizinho Peixoto, Matias de Moura, Tobias, Geraldo Diogo, José do Patrocínio Chagas, Gecelmino Henriques, Polichinha, Beraldo Quintão e o dentista Oto. Posteriormente, surgiram: Patiágua (Levindo F. Fernandes), Tadeu Carneiro Peixoto, Murilo Vidigal Carneiro, o garoto Toninho Carneiro, Zé Fernandinho (José Evangelista Fernandes).

No teatro feminino as apresentações também eram frequentes , destacando-se a peça “A Borboleta e a Abelha”, com Margarida Quintão (Margarida de Cacau) representando a borboleta; Pompéia Quintão (filha do Sr. Ricardo Peixoto e da Dona Edite), Cidinha, Belinha Quintão e Ilma Carneiro. Da peça “Manjedoura Vazia”, participaram Dores Carneiro, Cidinha Quintão e Corrinha de Zé Fernandes. Em “A Cigana me enganou” atuaram: Cidinha, interpretando a baronesa; Maristela Souza, a cigana; Nelma de Souza, a governanta, e ainda, Geraldino Nunes (Tostão), Consolação Nunes e D`Ângelo Fernandes.

No início da década de 60, com a vinda do Padre Vicente de Carvalho para a nossa paróquia, o teatro recebeu um grande incentivo. Na véspera do natal de 1963, estávamos ensaiando uma peça teatral, quando chegou a notícia do acidente que vitimou o Padre Vicente.

Esta é uma amostra do que foi o teatro em nossa comunidade. Muitas outras pessoas participaram dos elencos de muitas outras peças. O que foi apresentado é, apenas, uma pequena parte do resgate de nossa memória teatral, através de minhas lembranças e do depoimento de pessoas que, àquela época, participaram de eventos ligados à arte e ao entretenimento em nossa cidade.

Murilo Vidigal Carneiro – Calambau/maio/2013.

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Data: 03/07/2013

De: idamariaboss@hotmail.com

Assunto: Re:TEATRO EM CALAMBAU

Está se aproximando a grande festa da cana no municipio de Calambau/ Presidente Bernardes - MG.
A festa reuni todos os produtores, consumidores e simpatizantes de cachaça.
Este ano, a festa acontecerá nos dias 23 a 25 de julho.
Em breve informaremos a programação de shows e atrações da festa.

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